Iran Ferreira
Repórter
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Para quem pensa que domingo é dia de descanso se engana. Pelos menos, para alguns feirantes de Montes Claros, é dia de expor os produtos do trabalho diário. As feiras livres da cidade tornaram-se uma fonte de renda para médios e grandes produtores e, comerciantes locais. No município, existem quatro feiras deste tipo: a do Major Prates, Delfino Magalhães, Renascença e Santos Reis.
FEIRA DO MAJOR PRATES
A feira mais antiga e pioneira ramo, a do Major Prates, existe há mais de quartoze anos e, gera 524 empregos diretos e indiretos. A feira conta com 131 barracas e com uma grande variedade de produtos, que vão desde os hortifrutigranjeiros a confecções e artesanato, ressaltando não só as potencialidades da terra, mas também dos feirantes. O aposentado Marcos Soares, que há oito meses vende roupas na feira, não esconde a satisfação de ser um feirante em seu antigo bairro.
- Estou aqui há oito meses e nunca me senti tão feliz. Ter o trabalho reconhecido é sinônimo de alegria, assim como as amizades que tenho com os meus fregueses, afirma o aposentado.
A feira do grande Major Prates está sendo reestruturada para dar uma maior comodidade para os feirantes e compradores.
FEIRA DO DELFINO
A feira livre do bairro Delfino Magalhães tem 40 barracas e gera em torno de 160 empregos diretos e indiretos na região. A estimativa é baseada em estudo do Sebrae, que calcula quatro oportunidades de trabalho para cada barraca montada.
Na feira, que acontece todo domingo, praticamente todos os feirantes adotam a prática como profissão. O morador Sérgio Santana é um deles. De acordo com ele, este o único ramo que encontrou para trabalhar.
- Não tenho outra profissão. Vivo somente com a renda que adquiro na feira, apesar tomei gosto do que faço - conta Santana.
Uma das barracas mais visitadas é a da produtora Margarida Alves, que sai de casa às seis da manhã para expor os produtos na feira.
- Saio bem cedinho. Mas no final é bem gratificante. É daqui que sai o sustento da minha família, disse a produtora, que mora em uma comunidade rural de Montes Claros.
OUTROS MUNICÍPIOS
A feira também conta com a presença de outros feirantes de municípios vizinhos como: Boa Sorte, São João do Pacuí e São João da Lagoa. Maria Santa Alves, vendedora de hortaliças é uma deles.
- A roça é o melhor ramo que encontrei para trabalhar, conta a produtora de Nova Esperança, distrito de Montes Claros.
Dona Cleuza Silva é de Boa sorte. Ela sai de casa às quatro da manhã para expor os produtos de uma semana de trabalho.
- É cansativo, mas no final compensa. No fim do dia, quando vejo que tudo foi vendido, a satisfação vem logo em seguida, conta dona Cleuza.
SATISFAÇÃO
No final, para estes feirantes, todo este trabalho compensa. Basta ouvir os elogios recebidos, ou mesmo as criticas – que ajudam na melhora do serviço prestado. Para a dona de casa Maria Julia Alves, a feira é o lugar mais adequado para atender as suas necessidades.
- Sou freqüentadora assídua. Aqui eu tenho toda uma comodidade e respeito, disse a dona de casa.
OUTRAS FEIRAS
Além das feiras livres dos bairros Major Prates e Delfino Magalhães, que geram mais de 640 empregos diretos e indiretos, outras duas feiras movimenta dois bairros de Montes Claros.
A do bairro Renascença beneficia cerca de 40 famílias daquela região, e gera 160 empregos diretos e indiretos. A do Santos Reis, que foi criada não só como fonte de renda, mas como uma alternativa para tentar combater a violência, gera em torno de 172 empregos diretos e indiretos e conta com 43 barracas.
INAUGURAÇÃO DE MAIS FEIRAS
Todas as feiras livres são realizadas em parceria entre a prefeitura e comunidade. Outras três vão ser implantadas brevemente em outros bairros da cidade. São eles: Vila Anália (100 empregos diretos e indiretos e 25 barracas), o conjunto habitacional José Corrêa Machado (80 empregos e 20 barracas) e o Maracanã (40 barracas e 160 empregos diretos e indiretos). Para a implantação a prefeitura liberou R$ 66 mil.