Faxina geral em Dia D contra a dengue

Caminhões e agentes percorrem bairros de MOC à caça de focos do Aedes aegypti após registro de alta infestação

Leo Queiroz
Publicado em 31/01/2019 às 06:32.Atualizado em 05/09/2021 às 16:19.
 (LEO QUEIROZ)
(LEO QUEIROZ)

O risco de epidemia de dengue levou Montes Claros a realizar ontem o Dia D contra o Aedes aegypti. Após a divulgação, na última semana, do índice de infestação por larvas do mosquito na cidade – que atingiu 5,9%, taxa seis vezes maior que a considerada segura pelo Ministério da Saúde, de 1% –, uma força-tarefa foi para as ruas realizar uma verdadeira faxina.

Agentes percorreram bairros que apresentam maior infestação do mosquito, como Maracanã, Major Prates, Village do Lago, Santos Reis, Independência e adjacentes.

Foram usados 14 caminhões para recolher recipientes que acumulam água e favorecem a procriação do Aedes aegypti, transmissor das arboviroses dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

A população foi orientada a deixar esse material na porta das casas para ser recolhido durante todo o dia.

Paralelamente ao recolhimento do material, vários agentes visitaram os imóveis para falar sobre os riscos da doença e da manutenção de utensílios que acumulam água, sobre a importância da eliminação de focos e apresentaram informações sobre a forma correta de prevenção da doença.
 
PARTICIPAÇÃO
De acordo com o supervisor geral de combate à dengue no bairro Maracanã, Arnaldo Rubem Tenório, o Dia D é primordial para diminuição da infestação do vetor. “Infelizmente há pessoas que ainda não têm conscientização. Batemos na mesma tecla de que, sem a ajuda da população, é impossível combater o mosquito. Se cada um fizer a sua parte, conseguiremos diminuir os focos”, alertou.

Só em um uma casa foi recolhida quase meia carroceria de caminhão com recipientes que poderiam servir de foco de proliferação do mosquito.

IMÓVEIS FECHADOS
De acordo com Júlio César Rodrigues, supervisor de Endemias, um dos agravantes do quadro de infestação na cidade são os imóveis fechados. Eles chegam a 40% e, quando há foco nesses locais, acaba impactando no trabalho dos agentes.

“A melhor solução seria que esses proprietários agendassem uma visita a esses imóveis através do Centro de Zoonoses. A quantidade chega a ultrapassar a recomendada pelo Ministério da Saúde, que é de menos de 10%. Quando encontramos o imóvel fechado, buscamos informações e, se não é possível o contato, deixamos uma notificação de visita na caixa de correspondência”, disse Júlio César.

Luciano Martins Pereira, morador há 43 anos na rua Santos, no bairro Maracanã, diz que o trabalho feito pelos agentes é muito importante, realizado de forma consciente, e ressalta que nunca achou foco de dengue na casa dele.

“Se todos colocassem em prática o que é passado por eles, e de forma correta, tudo ficaria em ordem. Sempre converso com eles e tiro minhas dúvidas, e nunca tive problema com a dengue”, afirmou.

O agente Ivan Soares ressaltou que o trabalho do Dia D não é muito diferente do que é realizado no dia a dia. “Além de entramos nas casas, orientamos na preservação da saúde e pedimos que deixem em suas portas materiais como recipientes, vasilhas e tambores que acumulem água”, disse.

“No dia a dia, é sempre bom olhar os ralos, a gaveta de degelo atrás da geladeira e até mesmo as calhas em tempo seco, pois podem acumular água”, pontuou.

Ivan destacou ainda que há moradores que não aceitam a entrada dos agentes de endemias em casa, o que prejudica o trabalho de prevenção. “Talvez o vizinho cuida de um lado e o morador não cuida do outro. Orientamos para preservar tanto a sua vida quanto a do vizinho”, completou.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por