
Sob o argumento de que faltam “ação e sensibilidade” do prefeito Humberto Souto para resolver a questão da falta de transporte escolar no município, que afeta mais de 1.200 alunos, o Diretório dos Estudantes de Montes Claros (DEMC) realizou uma manifestação ontem pelas ruas centrais da cidade.
O presidente da entidade, Pablo Alves, disse que “o protesto foi marcado pela indignação”. “Além de não construir escolas nas proximidades dos conjuntos habitacionais, o chefe do Executivo proibiu que os estudantes da rede estadual usem os ônibus da prefeitura, decisão que obriga, sobretudo os jovens, a percorrerem muitos quilômetros até as escolas”, afirma Pablo.
O atendimento dos alunos da rede estadual por ônibus municipais sempre ocorreu, segundo Pablo. “Acima de tudo, demonstrava esforço conjunto entre o Estado e o município”, avalia.
O representante dos alunos afirma que a alegação do município de que o transporte desses estudantes não é de sua responsabilidade “é frágil”. “Até porque sabemos que a prefeitura construiu conjuntos habitacionais sem, no entanto, arcar com seu compromisso de garantir o transporte”.
Durante o protesto, estudantes e professores chegaram a fechar vias, complicando o trânsito na cidade.
CONSEQUÊNCIAS
Um dos efeitos da falta do transporte é a evasão. Sem condições de chegar até a escola, muitos alunos acabam desistindo do estudo. “A intransigência do prefeito está refletindo na evasão de alunos”, ressalta Pablo, lembrando que, diante do impasse, em junho o Ministério Público entrou com ação contra o Estado que, por sua vez, alega ser de sua responsabilidade apenas o transporte dos alunos da zona rural.
Pablo Alves chama professores e alunos para participarem de Audiência Pública que a Comissão de Educação realiza amanhã, às 7h, na Câmara Municipal de Montes Claros, para debater o problema.