(Márcia Vieira)
Por volta das 15h30 desta sexta-feira (27), moradores do entorno do Edifício Roma, no bairro Cândida Câmara, em Montes Claros, deixaram suas casas devido a um estrondo vindo do edifício. Em abril deste ano, o prédio, de 18 andares, apresentou um colapso estrutural entre o quarto e o quinto andares. Na ocasião, o prédio e a área ao redor foram evacuados por 16 dias, enquanto autoridades, construtora e engenheiros avaliavam os riscos. Desde então, operários, engenheiros, técnicos da construtora, Ministério Público e Corpo de Bombeiros acompanham periodicamente as obras de reforço estrutural no edifício.
O Corpo de Bombeiros, acionado, chegou imediatamente ao local e interditou novamente a área num raio de 60 metros no entorno do edifício, assim como fez em abril. “Fomos chamados pelos moradores e encontramos uma situação atípica, do rompimento de um pilar, próxima do que aconteceu da outra vez e que causou um desconforto para os trabalhadores. A partir de agora, a equipe de engenharia vai avaliar, emitir um laudo e eu acredito que de hoje para amanhã a gente já tenha uma definição”, disse o tenente-coronel Josias Soares, reiterando que até lá a área permanece isolada e é prematura qualquer suposição.
“Estava deitada no meu quarto quando ouvi um barulho, a janela tremeu e tocaram desesperadamente na minha casa. Era minha vizinha me chamando. Já tinha um monte de gente na rua e eles disseram que as pessoas que estavam trabalhando saíram correndo do prédio. Já fiz as minhas malas e vou dormir na casa de uma tia”, afirma Julia Pompermayer, que mora duas casas depois do prédio. Ela ainda comenta que, desde que o trabalho de recuperação do prédio iniciou, ela não se sente segura. “Receio a gente sempre tem e cai muita sujeira e poeira em casa. Por enquanto, vou para casa de parentes, mas acho que implodir o prédio seria a melhor solução”, sugere.
O advogado Pablo Martuscelli, coordenador jurídico da Construtora Turano, responsável pela edificação, destacou, em coletiva, que “o prédio está todo escorado, justamente para suportar o trabalho estrutural que está sendo feito, e obviamente que algumas estruturas têm que ser demolidas, dentro desse trabalho de recuperação. Eventualmente, pode ocorrer alguma ruptura de concreto nesses pilares. O responsável foi acionado e daqui a uma hora vamos entregar aos bombeiros o documento e eles vão deliberar sobre a liberação”, afirmou.
Martuscelli acrescentou que o caso dos operários terem deixado o local correndo aconteceu porque alguns fazem serviços braçais, e outros, serviços técnicos, e os primeiros não estariam cientes da possibilidade dessa ocorrência. Em relação ao andamento da obra, o advogado ressaltou que ela está sendo monitorada diuturnamente com a presença de técnicos aprovados pelo Ministério Público e outros atores do processo. Em relação à acomodação dos moradores, o advogado disse que, caso seja necessário, a Construtora arcará com a acomodação e alimentação dos que procurarem auxílio.
Até as 18h40, os moradores permaneciam na rua, aguardando uma definição sobre a situação.