‘Saúde em Trânsito: Prevenção e Cuidado’ começa nesta sexta-feira (15)
Evento fará a distribuição gratuita de preservativos na cidade (Freekpik)
Em Montes Claros, a Aliança Nacional LGBTI, Arco Íris do Amor, Grupo de Apoio à Prevenção e aos Portadores da AIDS (GRAPPA) e o Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) estão unindo esforços para realizar a ação social “Saúde em Trânsito: Prevenção e Cuidado” nesta sexta-feira (15) às 19h. O evento percorrerá pontos de prostituição, postos de gasolina, boates e bares da cidade. No sábado (16), das 8h às 12h, a ação será realizada na praça Dr. Carlos Versiani. Ambos os momentos têm como objetivo destacar as violações dos direitos à saúde, especialmente os direitos sexuais, e como essas violações afetam toda a cidade.
“Os portadores de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) buscam espaços de saúde para tratar ou para se informar sobre essas questões e não acham”, comenta a coordenadora adjunta da Aliança Nacional LGBTQI+ em Minas Gerais, Letícia Imperatriz.
“Por isso estamos aqui. Para supri a falta de informações e levar para todos os espaços. Porque não há um conhecimento específico nas periferias, principalmente, de como contrai, de como se pode ter o diagnóstico e de como tratar”, explica Imperatriz.
O Boletim Epidemiológi-co da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, datado de dezembro de 2022, revelou que no período de 2011 a 2021, um total de 52.513 jovens, com idades entre 15 e 24 anos, de ambos os sexos, progrediram para a condição de aids após serem diagnosticados com HIV. Esses números destacam a relevância do acompanhamento da evolução da doença nessa faixa etária e a necessidade de concentrar esforços na vinculação aos serviços de saúde e na adesão à terapia antirretroviral (TARV).
Por causa disso, a Ação em Trânsito é uma necessidade, ainda conforme a coordenadora da Aliança LGBTQI+, “para atingir as pessoas que, geralmente, devido à realização da prática sexual sem a utilização de preservativo ou até mesmo sem algum conhecimento mais aprofundado em relação à forma de se prevenir, acabaram se descuidando e contraindo a doença ou se sentindo expostas à possibilidade de contrair”.
No Brasil, de 1980 até junho de 2022, por meio do relacionamento das bases de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL), e do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM), foram detectados 1.088.536 casos de aids.
Letícia enfatiza que a ação não se destina exclusivamente ao público LGBT, mulheres negras ou mulheres envolvidas na prostituição, mas é voltada também para aquelas pessoas que acreditam erroneamente que as doenças sexualmente transmissíveis (ISTs) afetam apenas esse segmento da população. “Hoje, essa ação vai até a população, não para demarcar corpos, mas para atender a população montes-clarense toda”, completa.