Tempos modernos. Aos poucos Montes Claros, pólo da economia norte-mineira tem conseguido dar a volta por cima e partido para efetuar grandes negócios. Cemitério de indústrias é coisa do passado como bem frisou a administração municipal.
Cerca de 11 municípios de Minas Gerais se reuniu nessa quarta-feira em Montes Claros com entidades como o Banco do Nordeste, ACI - Associação comercial, industrial e de serviços, Bretas, Villefort, Petrobras,Sebrae, Novo Nordisk entre outros empresários para encontrar oportunidades em realizar novos negócios.
Segundo a assessoria da Aci, os debates ocorridos durante a reunião discorreram sobre a produção corrente da Usina de biodiesel instalada em Montes Claros. Conforme o gerente de Implantação da usina, Júlio César Monteiro a usina tem capacidade de processar cerca de 57 milhões de litros de biodiesel, o que equivale a cinco caminhões de 30 mil litros do biocombustível por dia. Como quer o governo federal a agricultura familiar é que deve produzir 30% das oleaginosas para suprir a usina. E o restante deve vir do setor privado e a previsão para o início da pré-operação em maio deste ano, segundo Júlio.
Júlio César ainda disse que a matéria-prima deverá ser adquirida de produtores de outras cidades do Estado até que o Norte de Minas tenha demanda. A usina comprará óleo de algodão, amendoim, gergelim, mamona, soja e sebo. Os produtores podem participar da cadeia produtiva que vai beneficiar as sementes que foram esmagadas para retirada do óleo.
Potencialidades
Para o técnico do Sebrae, Antônio Carlos Soares, a região possui inúmeras potencialidades como turismo, produção de oleaginosas, agropecuária, produtos do bioma cerrado, fruticultura, empresas do terceiro setor, artesanato e cachaça. Essa última, por exemplo, rende aos cofres públicos de Salinas cerca de 600 mil reais, em ICMS- Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços. A mesma atividade, em Belo Horizonte, rende apenas 32 mil reais, revela.
Atento às oportunidades de negócios, o Banco do Nordeste é responsável por 79,9% dos saldos de financiamentos de longo prazo e 81,6% do crédito rural na região (Norte de Minas e Vales do Jequitinhonha e Mucuri). O banco opera com o fundo constitucional FNE, além de recursos do Fundo da Marinha Mercante, FAT, BNDES, FDNE e BID com juros entre 5% e 11,5% a.a.
Demétrius Monteiro, superintendente em exercício do BNB, lembra que as principais áreas de fomento são: bovinocultura de corte e de leite, cafeicultura, fruticultura irrigada, silvicultura, fabricação de cachaça artesanal, biocombustíveis, biodiesel, turismo, educação, saúde e comércio varejista.
- A meta de investimentos para a região este ano é de 400 milhões de reais, só em FNE. Sendo que já existem projetos na ordem de 120 milhões, como propostas, e 80 milhões para projetos em fase de análise.
Diante de tão bom momento, a ACI, através do presidente Geraldo Drumond, propôs o aumento do percentual de crédito para negócios do setor de serviços, beneficiando micros e pequenas empresas que crescem cada vez mais na economia local.
- Montes Claros é cidade pólo e se destaca nos setores de prestação de serviços, educação, saúde e comércio. O BNB deverá analisar a proposta em breve.
Temos que aproveitar cada momento para crescer e enxergar bons investimentos, disse Adauto Marques, Secretário municipal de Desenvolvimento Econômico.
Participaram da reunião empresários de Bom Despacho, Sete Lagoas, Montes Claros, Luz, Pompéu, Formiga, Divinópolis, Pedro Leopoldo, Curvelo, São Gotardo e Nova Serrana.
O empresário Gilberto Gualter, da Empresa Triama, frisa que a partir do Grupo de Intercâmbio, os empreendedores têm feito grandes negócios entre eles. A troca de experiências é muito válida, mesmo em diferentes áreas de atuação. Porém, o Grupo precisa crescer mais. Pois, há boas empresas em todo o Norte de Minas.