Fabíola Cangussu


Repórter

O registro de emprego formal em Montes Claros sofreu aumento, em 2007, de 5,57%, média próxima a nacional que obteve um crescimento de  5,63%. Números que animam os especialistas, pois em 2006 o crescimento da cidade ficou apenas em 2,47% e o brasileiro atingiu o índice de 5,43%.

Segundo os economistas, esses números divulgados pelo Caged – Cadastro Geral de Empregados e desempregados apontam o bom desempenho brasileiro quanto às políticas de distribuição de renda, aumentando o poder aquisitivo das classes carentes, o fortalecimento do mercado interno, o aumento do consumo que traz consigo e da produção e conseqüentemente provoca uma maior contratação profissional.

Segundo Egídio Nascimento, economista, tudo o que hoje se apresenta na economia brasileira é resultado das transformações ocorridas desde o governo FHC- Fernando Henrique Cardoso.

- Este, ainda que tenha saído como vilão, para grande parte da população, principalmente a parcela mais carente, foi quem iniciou o processo de reajustamento e controle da economia nacional, a reforma administrativa, o controle da economia, dentre outras tantas mudanças que deram sustentação e serviram de base, para o que hoje se verifica no país – explica o economista.

Egídio fala também que o governo Lula trouxe de novidades foi o foco na população mais carente e o processo de transferência de renda aos  excluídos do mercado consumidor. Uma medida política que acabou impulsionando consideravelmente a economia.

Com a manutenção da política econômica e o cumprimento dos acordos firmados pelo país, gradativamente a economia nacional ganhou notoriedade no mercado externo. A consistência e o êxito da política econômica e externa do governo fizeram reduzir consideravelmente o risco-país, tendo como conseqüência direta, maiores investimentos na economia nacional.

- Quanto a Montes Claros acredito que o setor da Construção Civil e o Comércio devam ser os maiores responsáveis pelo crescimento do emprego formal na cidade. Principalmente por se caracterizarem pela menor exigência de escolaridade, capacitação e salários mais baixos - analisa o economista. 

Egídio ressalta que em 2008, a economia deve manter a sintonia entre o crescimento do PIB- Produto interno Bruto e do emprego formal.  O desenvolvimento simultâneo e aproximadamente na mesma proporção indica que o crescimento é sustentável. Nem mesmo a valorização do câmbio tem atrapalhado a economia e a ampliação do emprego formal. As vendas para o mercado interno estão compensando o enfraquecimento das exportações. Entretanto, o panorama pode mudar se o Banco Central optar por aumentar a taxa básica de juros para conter as pressões inflacionárias, o que, causaria uma reversão nas expectativas.

- No momento, a economia interna está aquecida, há grande disponibilidade de crédito, o risco-país se encontra em nível bastante favorável, o que atrai investidores externos. E, a construção civil, carro chefe do desenvolvimento, também apresenta resultados bastante favoráveis, isso significa que o crescimento deve continuar acontecendo - acrescenta.

Porém, segundo Egídio existem questões que só poderão ser respondidas com o desenrolar do ano. Questões como: a recessão americana afetará de forma significativa a economia brasileira? Qual será a política adotada pelo Bacen para combater as pressões inflacionarias? Haverá racionamento de energia? Como ficarão as reformas (Política e Tributária) em ano de eleição?