
A Polícia Civil de Montes Claros investiga uma denúncia de abuso infantil envolvendo cinco crianças com idades entre três e quatro anos, cometido supostamente por um jovem de 25 anos. O incidente ocorreu em uma escola particular da cidade e veio à tona quando uma das vítimas relatou à mãe que estava sendo beijada e tocada de forma inadequada por um estagiário da instituição, em 6 de setembro. No entanto, o Boletim de Ocorrência só foi registrado na segunda-feira (25), após os pais das vítimas acionarem a polícia durante uma reunião com a direção da escola.
A delegada, Karine Maia, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), pede cautela, pois os fatos continuam sendo investigados. “Peço que as pessoas não se revoltem com essa situação, porque estamos ainda no início da apuração e tem que deixar, na mão da polícia, resolver isso para não causar um clamor público, pois temos todo cuidado com as investigações minuciosas em apurar os fatos de como de fato ocorreram”, solicita.
O inquérito policial foi instaurado na última terça-feira (26), com a participação dos pais de dois alunos das cinco vítimas da escola. No decorrer dos próximos dias, a PC irá ouvir os demais. A delegada também explica que a escola não procurou a polícia para fazer um boletim de ocorrência assim que soube dos fatos. “Isso aconteceu nesta segunda (25), durante a confusão que ouve na reunião que estava sendo realizada na escola, sem a presença dos pais das vítimas”, relata. “Mas, a partir de agora, os representantes da direção da escola serão ouvidos para darem, maiores, informações sobre o que ocorreu, porque é bom lembrar que estamos apenas no início das investigações e é preciso tomar muito cuidado”, completa a delegada.
VÍTIMAS
Através de um comunicado oficial, o advogado das vítimas declara que os pais, “manifestam a sua indignação pelos crimes cometidos contra as crianças, de três e quatro anos, bem como pela postura omissa da escola desde o primeiro momento em que tomou conhecimento do primeiro caso. Que mesmo tendo outras três crianças relatando terem sofrido abusos por parte do suspeito, o colégio não cumpriu a sua obrigação legal de comunicar imediatamente ao Conselho Tutelar a suspeita de crime praticado contra crianças, previsto no art. 70-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como não fez qualquer comunicação das suspeitas às autoridades competentes para investigar o caso”.
Ainda conforme o advogado, em nenhum momento o educandário “ofereceu apoio psicológico e jurídico às crianças e aos seus pais, buscando tão somente evitar que o caso se tornasse público e gerasse algum tipo de prejuízo à imagem da instituição de ensino”. Além do mais, o C.B.N.C “manteve o suspeito trabalhando na unidade de ensino, no mesmo horário em que as crianças vítimas estudavam, até que referida pessoa concluísse o estágio curricular que realizava na instituição”, completa o representante.
COLÉGIO
Por sua vez, também em nota, o C.B.N.C. responde “a todos os envolvidos e interessados que as medidas cabíveis e necessárias foram adotadas. Foi redigido B.O, no qual estão descritas todas as versões dos acontecimentos relatados. E que estão comprometidos com a verdade e, por essa razão, disponíveis integralmente para colaborar com as autoridades competentes na elucidação dos fatos”.
“Lembrando que os pais só puderam saber dos supostos abusos, ali, na hora de tomar o banho, conversando, que a criança contou que o tio fez o fez com ele. Então, é importante que as crianças tenham essa liberdade com os pais, mas principalmente, que as crianças sejam observadas pelos pais, porque quando elas estão passando por algum abuso sexual ou maus tratos, elas externam isto de alguma forma com mudança de comportamento”, ressalta a delegada
Ainda conforme informações policiais, o suspeito ainda será ouvido pelas autoridades que investigam o caso.