Rubens Santana
Repórter
A eleição para escolher o presidente da associação do Bairro Mangues, que tinha o intuito de ser democrática e deixar que os próprios moradores elegessem o candidato mais preparado para defender os interesses da comunidade, foi forjada por uma organização de associações de bairros de Montes Claros, criada pela atual administração municipal para organizar processos eleitorais nos bairros da maior cidade do Norte de Minas. A denúncia é do candidato Charlis Macedo, derrotado na eleição realizada no último dia 11 de julho.
Segundo Charlis, reuniões entre os três candidatos que concorriam à eleição foram realizadas com o objetivo de definir como seria o processo eleitoral e quem teria direito a votar. Após as reuniões, foi elaborado um cadastro de moradores que teriam direito ao voto. Contudo, segundo Charlis, no dia da eleição, uma pessoa conhecida pelo nome de Débora chegou ao local da votação e fez a eleição sem obedecer nenhum critério exigido nas reuniões que antecederam a votação.
Ainda de acordo com Charlis, com as ações fraudulentas, provavelmente a organização das associações de bairros tinha o objetivo de eleger uma candidata ligada à administração de Tadeu Leite, mas o tiro saiu pela culatra e um candidato que não tem ligação com o prefeito saiu vitorioso.
- Eles tinham a intenção de eleger uma candidata ligada a Tadeu. Eu não consegui êxito em sair vitorioso, mas o interesse deles não foi seguido pelos moradores. Fizemos o cadastro de quem poderia votar e na hora da eleição os organizadores deixaram qualquer pessoa votar. Não houve nenhum critério - afirma.
Charlis observa ainda que os responsáveis pela organização não lacraram a urna com os votos, que foram levadas para um local que não foi informado para fazer a apuração.
- Débora afirmou que a ata da votação seria feita num momento mais oportuno e que quem quisesse ter acesso ao documento procurasse por ela na semana seguinte na prefeitura - diz.
Mesmo que os interesses da organização das associações de bairros não tenha se concretizado, Charlis Macedo reitera que já entrou na justiça para impugnar a eleição daquele bairro e diz que, caso aconteça uma nova eleição, não aceita que aquela organização fique à frente do processo eleitoral
- Essa organização não tem preparação nenhuma. Não obedeceram nada do que foi proposto. Os moradores querem uma eleição com legitimidade, transparência e clareza, respeitando a vontade da comunidade - conclui.