Elefante branco: Canalização do córrego Vargem Grande se tornou um problema para os moradores do bairro

Jornal O Norte
Publicado em 12/01/2011 às 09:15.Atualizado em 15/11/2021 às 17:19.

Samuel Nunes


Repórter





Progresso, desenvolvimento e valorização dos bairros ao entorno. Pelo menos era é o pensamento de moradores dos bairros Jardim São Geraldo, Ciro dos Anjos, Vargem Grande e conjuntos habitacionais Joaquim Costa, Chiquinho Guimarães e Ciro dos Anjos, quando do anúncio da obra de canalização do córrego Vargem Grande. Segundo os moradores, pelo projeto, seria construída uma grande avenida, com via dupla, até a avenida Cula Mangabeira, importante via de acesso do Major Prates ao centro da cidade, o que facilitaria o trânsito em direção a Rodoviária e Shopping Center.



Foto: Samuel Nunes





Erosão e formação de crateras têm tomado conta do local



Entretanto, já se passaram seis anos, e a obra propagada como revolucionária para estes bairros, localizados na região sul da cidade, permanece totalmente abandonada pelo poder público municipal.





Lúcia Maria Teixeira trabalha em uma creche e tem a função denominada de mãe social. Moradora do bairro Ciro dos Anjos, a rua C, onde reside, é uma das mais prejudicadas com a paralisação da obra, uma vez que é considerável a quantidade de lixo e entulho próximo a sua residência.





- O que era para ser uma obra grandiosa às margens do córrego e das residências dos moradores, se tornou um grande depósito de lixo. Já comunicamos o problema à secretaria de Serviços Urbanos, mas, sem qualquer resposta, o que é um absurdo - desabafa.





Segundo a moradora, até mesmo pessoas de outros bairros se aproveitam da obra abandonada, para jogar lixo, entulho e animais mortos no local.








SONHO





- A obra é apenas um sonho e os moradores têm vivido momentos de angústia. A prefeitura deveria colocar caçambas para que seja depositado o lixo e placas advertindo que é proibido jogar lixo e entulho no local – observa Lúcia Maria Teixeira. 





Segundo ela, a rua C era, há bem pouco tempo, passagem de ônibus do transporte coletivo urbano, responsável por fazer a linha, que vai do bairro Maracanã ao Independência. Mas, diante da quantidade de lixo e ruas próximas esburacadas, o ônibus não passa mais pela via pública. Ela observa que o sofrimento dos moradores se dá praticamente o ano inteiro, seja, na chuva, com o lamaçal em que se transforma o local, ou no período da seca, onde a poeira causa, dentre outros problemas, doenças alérgicas nos moradores, especialmente nas crianças. 





Maria Ilda Silva Barbosa também moradora do bairro, demonstra indignação e revolta pelo abandono da obra de canalização do córrego Vargem Grande.  Dona de casa, ela revela que há dias que a família almoça fora de casa, devido ao cheiro insuportável advindo do lixão na Rua J, localizada às margens do canal.





- Aqui vivemos em um total descaso do poder público municipal. Esqueceram de que existe uma obra de canalização que precisa urgentemente ser concluída. Pela maneira como está o local, é dinheiro público jogado fora - diz indignada a moradora.








ANIMAIS PEÇONHENTOS





A dona de casa diz ainda que outro problema é a presença de ratos, baratas e cobras, inclusive encontrada no interior de sua residência. Indagada se já fez contato com a prefeitura ou secretaria de Serviços Urbanos relatando o problema, ela disse que sim, entretanto, as justificativas, segundo ela são sempre as mesmas, como falta de carro e material humano para realizar o serviço.





- A situação por aqui chegou ao ponto de que quando chove a água volta para a casa de alguns moradores, uma vez que o lixo e entulho acumularam tapando o bueiro da rua C - conta.











DENGUE





A doença é outra preocupação dos moradores, como da dona de casa Josy Soares. Ela salienta que lixo e entulho no local, são favoráveis ao desenvolvimento do mosquito aedes aegypti. Ela lembra que os moradores das ruas B, C, D, e J, são os mais prejudicados em função da paralisação da obra de canalização do córrego Vargem Grande.





- Se não acontecer uma limpeza neste local por parte do município, a dengue poderá se alastrar pelo bairro - alerta.





Ângela Maria Costa Pereira, autônoma, mora na rua B, e também cobra a retomada da obra de canalização, mas enquanto isto não acontece, ela reivindica do poder público municipal pelo menos a limpeza às margens do córrego.





- Enquanto a canalização não vem, o sofrimento com o lixo e entulho continua - diz.





O morador do bairro Joaquim Costa, Alexandre Ferreira Santos, afirma que moradores de todos os bairros próximos estão prejudicados com a obra.





Sai prefeito e entra prefeito e nenhum conclui a obra. É preciso que as autoridades constituídas do município se atentem para a necessidade de concluir esta obra que já se tornou um elefante branco - ironiza.    


  


 

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