Mais de mil pessoas superlotaram a catedral metropolitana Nossa Senhora Aparecida na noite de terça-feira, 12 de outubro, para participar da solenidade da padroeira do Brasil e da paróquia. Antes, cerca de 700 delas, na companhia do arcebispo Dom José Alberto Moura, do pároco, padre Dorival Souza Barreto Júnior, de um de seus vigários, padre José Honório de Andrade, e do diácono permanente Edmar Araújo, saíram da capela São José, na Rua Germano Gonçalves, e percorreram em procissão várias ruas até o tradicional templo, na Praça Pio XII, Centro de Montes Claros. O cortejo teve andores com as imagens do Senhor Bom Jesus, de São José e de Nossa Senhora Aparecida, padroeiros das três comunidades paroquiais.
Na homilia, Dom José Alberto procurou refletir acerca de trecho do evangelho de João que narra o conhecido episódio das bodas de Caná da Galileia, quando Jesus realiza o primeiro milagre. Fazei o que Ele vos disser. Logo no início, o líder religioso esclareceu que o dia de Nossa Senhora Aparecida não deve ser visto com ufanismo ou como sinal de superioridade àqueles que pensam diferente.
Ao contrário, a devoção a Maria nos faz humildes - ponderou, na medida em que lembrava a resposta da jovem judia de Nazaré assim que o anjo Gabriel, enviado de Deus, anunciou-lhe a encarnação do Verbo: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa vontade.
O arcebispo metropolitano complementou que, se há essa data, e tantas outras que recordam a mãe de Jesus, é porque queremos caminhar com Maria.
- Embora muitos não aceitem isso - comentou, numa alusão às igrejas protestantes - nós não praticamos idolatria. Maria não é deusa. Ela não pode nada sem o poder de Deus, que a escolheu para gerar Jesus. Como é interessante observarmos a base cristológica do papel de Maria na história da salvação - disse, para sintetizar que as homenagens marianas simbolizam a caminhada evangelizadora.
Neste momento, Dom José Alberto frisou o ano centenário da diocese de Montes Claros, que será comemorado no próximo dia 10 de dezembro.
- É uma caminhada própria, sob a égide de bispos, padres, religiosos e leigos para levar a todos esse Cristo vindo de Maria - ensinou.
Quarenta anos depois que o papa Pio X oficializou a criação da diocese, surgiu a paróquia da catedral. Os dois eventos enriqueceram o tema da festa da padroeira 2010: Sob o olhar da Senhora Aparecida, celebremos o centenário da diocese (1910-2010) e os 60 anos de criação da paróquia da catedral (1950-2010).
- Na união pastoral, queremos manifestar que somos filhos de Maria para levar a boa nNova a quem desejar reconhecer o senhorio de Cristo em suas vidas - sublinhou.
Mas, o arcebispo de Montes Claros ponderou sobre a necessidade de fazermos a nossa parte, a fim de que realmente levemos o vinho novo, como pessoas novas que praticam misericórdia e promovam a justiça e a paz. As bodas de Caná são marcadas justamente pela intercessão de Maria a Jesus, que ofereceu vinho da melhor qualidade para reparar o constrangimento de a bebida ter acabado.
Dom José Alberto concluiu o raciocínio com o livro do Apocalipse.
- João compara Maria à igreja. Essa igreja que, mesmo inserida num mundo às vezes paganizado e que prega a cultura da morte, faz valer a vida, digna, desde a concepção até o declínio natural. Isso é mais que buscar o sensível e o transitório - disse.
A catedral metropolitana de Montes Claros realizou, de 3 a 11 de outubro, novena preparatória para a festa de Nossa Senhora Aparecida. Na terça-feira houve missa às 7h, batizados às 10h e adoração e bênção do Santíssimo Sacramento a partir do meio-dia. (Fonte: Catedral)