
Localizada no bairro Santa Maria, próximo à Superintendência Regional de Saúde, em uma das áreas mais valorizadas da cidade, a sede do Diretório Central dos Estudantes de Montes Claros – em terreno avaliado em mais de R$ 1 milhão –, foi saqueada e tomada por mendigos e usuários de drogas.
O prédio, erguido na década de 1960 na rua dos Estudantes, 117, coloca hoje em risco moradores dos diversos residenciais existentes nessa área e os próprios estudantes, pois a rua é via de acesso de vários bairros às escolas Estadual Professor Plínio Ribeiro e Estadual Professor Alcides de Carvalho, dois dos maiores educandários públicos do município.
Os dois andares do imóvel estão depredados. Quase todas as cadeiras e mesas das salas foram saqueadas, segundo moradores à luz do dia. As portas estão todas arrebentadas, ferragens foram retiradas de quase todos os cômodos, banheiros foram destruídos e, como se não bastasse, o mau cheiro toma conta do prédio.
Uma vizinha do prédio abandonado não esconde o medo de morar tão perto do local. “Isto daqui está demais. A gente não pode nem sair de casa. É muita gente usando droga, principalmente à noite”, diz em tom de desabado. Ela conta que “estão carregando tudo, até as portas da frente. “Levam carteiras quase todos os dias e ninguém se importa. A gente nem chama a polícia”.
Segundo a moradora, o problema se agravou nos últimos quatro anos e o entra e sai de usuários de drogas e mendigos é constante.
Gerson Ferreira Silva, há dez anos porteiro de um residencial que fica na mesma rua do prédio abandonado, argumenta que observa a preocupação de universitários que passam pelo local com a criminalidade.
Gislaine Souto, vizinha do prédio abandonado, disse que toda vez que sai na porta observa pessoas entrando e saindo do local. “Tem gente que dorme lá e ninguém sabe na verdade o que fazem dentro do prédio”.
De acordo com os moradores, o vereador e presidente da Câmara de Montes Claros, Cláudio Prates (PTB), visitou o local e garantiu ser intenção do Ministério Público transformar o prédio na sede da Guarda Mirim.
“Temos que tomar providências. Fui atrás do Ministério Público porque, numa situação dessas – que não tem a definição de quem é o proprietário – entra aquela questão constitucional da função social da propriedade, ou seja, se o imóvel público ou particular não está cumprindo sua função social, e, mais ainda, se estiver sendo utilizado para o consumo de drogas, justifica sua perda pelo proprietário”, diz o vereador.
A Prefeitura e o Ministério Público foram procurados para falar sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição não se pronunciaram.
* Sob supervisão da editora Janaína Fonseca