Os desafios para vencer a criminalidade deram a tônica na abertura do 1º Congresso Norte Mineiro de Segurança Pública: a segurança pública que queremos!, na noite desta terça-feira (30), no auditório da OAB, em Montes Claros. Realizado pela Funorte, o evento acontece até quinta-feira (1/11).
A Polícia Militar de Minas, segundo o coronel Robson José de Queiroz, trabalha intensamente para ser reconhecida como "referência na produção de segurança pública". "Temos uma visão ousada no plano estratégico", disse o coronel. Durante a palestra "A segurança pública e a atuação da PMMG no Estado de Minas Gerais", o militar afirmou que os índices de crimes violentos têm caído no Estado.
De 2017 apra 2018, a redução foi de 26,41%.
Os roubos consumados caíram 28,63%, enquanto os homicídios tiveram uma queda de 20,28%. "A criminalidade não acaba. É um fenômeno que vai continuar existindo, mas trabalhamos para melhorar essa sensação de segurança", disse.
Segundo o coronel, Minas possui 272 batalhões espalhados pelos 853 municípios. "Mesmo que você não veja, não perceba, a polícia está lá, em ações como o acompanhamento do processo eleitoral, nas provas do Enem e em várias outras atividades", ressaltou.
O policial lamenta as mortes de colegas em trabalho. As estatísticas apontam que em 2015 foi registrada a morte de um policial em combate. Em 2016, mais um e, em 2017, foram cinco policiais. “Este é o lado ruim”, pontuou.
Também falou na abertura do evento o promotor de Justiça do Rio Grande do Sul, Bruno Carpes, que apontou falhas na legislação e disse que faltou vontade política para investir no setor de segurança, bem como a construção de presídios, que deixou a desejar.
“Prisão é consequência do crime e não o contrário. É necessário que o Executivo tenha as estatísticas como base para a construção dos presídios, a exemplo dos Estados Unidos”, disse Bruno.
Segundo ele, é preciso haver mais presídios para que a Lei de Execuções Penais seja cumprida na separação do preso preventivo do preso definitivo, do preso com crimes mais graves daqueles que cometeram crimes de menor potencial ofensivo, e separando também as lideranças das organizações criminosas em regimes diferenciados.
O primeiro dia do congresso foi encerrado pelo procurador de Justiça de Minas Gerais, André Estêvão. Ele destacou a Lei 12.850, que prevê a colaboração premiada, como o grande ganho do sistema judiciário nos últimos anos. “Foi preciso que a criminalidade batesse às portas das nossas casas e a situação se tornasse insuportável para que anos após, em 2013, entrasse em vigor a Lei 12.850 que passou a não só definir o Crime de Organização Criminosa, como prever a possibilidade de se oferecer também benefícios um pouco mais vantajosos aos criminosos que delatassem. Com isso, temos visto a transformação de um cenário desolador para um cenário altamente promissor”, considerou.
(LEO QUEIROZ)
(LEO QUEIROZ)
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(LEO QUEIROZ)
(LEO QUEIROZ)