Valéria Esteves
Repórter
valeria@onorte.net
Montes Claros está sob alerta quanto à evolução dos focos da dengue. A situação era crítica no mês de janeiro, quando um levantamento realizado pela seção de Zoonoses revelou que a média geral apresentava um índice de infestação de 3,9 na proporção de cem. Essa média é considerada crítica, mas um segundo levantamento, realizado em março, mostrou que houve queda no índice: a média agora é de 2,71 a cada cem, situação de alerta, portanto.
Agentes da Vigilância visitam bairros de Montes Claros
(fotos: Wilson Medeiros)
Segundo Lucimar Cristina Pimenta Maia, chefe da seção de Zoonoses da prefeitura, a região central é a campeã em infestação do mosquito aedes egypt, juntamente com os bairros Dr. João Alves, Renascença, São João, Vila João Gordo, Jardim Alvorada, Vila Anália, entre outros.
Ela lembra que é preciso haver cooperação da comunidade no combate à dengue e informa ainda que foi formada uma equipe de agentes, que inspecionou a Vila Anália à procura de focos, visitando casa por casa. Lá, como em outros bairros onde o acesso à água é mais difícil, a comunidade reserva água em tambores, o que facilita a proliferação do mosquito, bem como se dá em água represada em pneus, calhas e lajes.
REUNIÃO NO RIO
Lucimar participou, no último dia 21, de uma reunião no Rio de Janeiro que contou com a presença de representantes dos governos de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, na qual foi discutida a situação da dengue em cada um dos estados. O Rio é o estado que apresenta maior índice de infestação de focos e onde acontecem mais casos de morte. Mesmo assim. está provado, diz Lucimar, que é preciso que a comunidade se mobilize no intuito de ajudar a eliminar o aedes egypt, que pode eclodir ao menor contato com a água. O ovo do mosquito pode sobreviver até 450 dias.
A seção de Zoonoses informa que o número de casos confirmados é de apenas 27, embora dezenas de outros casos não chegam ao conhecimento das autoridades sanitárias, podendo chegar a 300.
Existe em Moc um comitê de combate à dengue que se compromete a buscar soluções de profilaxia da doença. Há também agentes que atendem pontos estratégicos, como faculdades, depósitos de material de construção, hospitais e outros, visitados de 15 em 15 dias para evitar que o mosquito ecloda.
Vale lembrar que março é o mês mais crítico, devido às condições climáticas que se alternam entre chuva e sol, ambiente perfeito para a reprodução dos ovos do aedes.
- A população está começando a se preocupar em acabar com a dengue. Tem acionado a seção mais vezes e contribuído com o trabalho. Nesse momento, vários amarelinhos estão fazendo a borrifação de casa em casa, tudo para garantir a extinção do mosquito.
DISK-DENÚNCIA
O centro de Zoonoses criou o disk-dengue, que tem recebido por dia cerca de 30 ligações, que são em suma denúncias de moradores sobre lotes vagos com garrafas de água, pneus velhos, entre outros objetos. Além disso, pedem para inspecionar suas casas em busca de focos.
Por enquanto, o disk-dengue é viabilizado pelo telefone 3229.3360, enquanto o 0800 não é providenciado, afirma Lucimar. Quanto ao carro fumacê, lembra que o pessoal tem pedido para que passe em sua rua, mas ele mata apenas o mosquito em fase adulta. O que impede a proliferação é a visita do agente, que acontece de dois em dois meses.