Elefante branco

Demolição do Motel Sonotur em Montes Claros após controvérsias e queixas

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 24/10/2024 às 19:00.
Construído nos anos 1970 por Afrânio Temponi, dono de outras casas noturnas locais, o imóvel faz parte do espólio de sua esposa Miracy, também falecida (Divulgação)

Construído nos anos 1970 por Afrânio Temponi, dono de outras casas noturnas locais, o imóvel faz parte do espólio de sua esposa Miracy, também falecida (Divulgação)

Nesta quinta-feira (24), autoridades judiciais estiveram empenhadas na demolição de um imóvel no bairro Santo Antônio, próximo ao hospital Alpheu de Quadros, em Montes Claros. No local funcionou por muitos anos o Motel Sonotur, um dos primeiros e mais luxuosos motéis do Norte de Minas, construído na década de 1970 e que pertencia ao empresário Afrânio Temponi, que possuía outras casas noturnas na cidade. O imóvel hoje é parte do espólio de Miracy Barbosa Temponi, esposa de Afrânio, também falecida. Desde que encerrou suas atividades em 2018, o imóvel passou a ser ocupado por moradores em situação de rua e gerava reclamações constantes de vizinhos. Em 2023, uma mulher foi morta pelo companheiro no local. A situação de abandono foi abordada em várias matérias de O NORTE.

A demolição foi autorizada pelo Juiz Evandro Cangussu, da 5ª Vara Cível da Comarca de Montes Claros. A decisão estabelece que a demolição deverá ocorrer simultaneamente à reintegração de posse. Após a conclusão, a inventariante terá o prazo de 15 dias para prestar contas da operação. A obediência às normas ambientais para o descarte de resíduos deverá ser comprovada posteriormente por meio de fotos e relatórios. A decisão garante ainda que os atuais ocupantes do imóvel não deverão ser violados em seus direitos.

No início da tarde, José Geraldo Cardoso (Gera do Chica), Diretor de Habitação e Cidadania da Secretaria de Desenvolvimento Social de Montes Claros, informou que dez pessoas fizeram do espaço a sua moradia, mas aproximadamente 30 pessoas circulavam pelo local e entre essas, usuários de entorpecentes e pessoas que haviam cometido algum delito e que se escondiam no imóvel. Segundo Gera, não havia crianças e todos os “moradores” concordaram com a saída de maneira pacífica. “Alguns tinham familiar e lugar para ir. Aqueles que não eram daqui e não tinham para onde ir, nós encaminhamos para um abrigo municipal, com os seus pertences. Eles foram levados pela equipe da secretaria. E estamos cadastrando todos eles, de acordo com as informações que eles fornecem”, disse.

Juntamente com a Décima Primeira Companhia da Polícia Militar, conduziram a operação de demolição seguindo os protocolos operacionais das instituições. Em nota, a assessoria de Comunicação da entidade policial informou que o comando do órgão participou ativamente de todas as tratativas que culminaram na decisão judicial, mediante reuniões com todos os órgãos envolvidos, bem como com as partes do processo, para ajustar a melhor maneira para proceder à reintegração da posse do terreno ao proprietário. Estando, o tenente-coronel Luciano Magalhães Chaves está pessoalmente à frente do comando da operação desencadeada hoje.

Além do público que frequentava o local para uso e consumo de drogas, dez pessoas lá residiam de forma precária e em péssimas condições devido à depredação, à ação do tempo e do uso inadequado das instalações. Essas receberam todo apoio dos órgãos municipais, estaduais e judiciais envolvidos no evento. A reintegração de posse ocorreu com sucesso e de forma pacífica, não sendo necessário o uso de força policial”.

A reportagem tentou contato com os proprietários, mas não houve retorno até o fechamento da edição.

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