Crianças que trabalham no lixão de Moc não têm o que comemorar no seu dia

Jornal O Norte
Publicado em 09/10/2010 às 09:56.Atualizado em 15/11/2021 às 06:41.

Samuel Nunes


Repórter



Os relatórios da Onu – Organização das Nações Unidas sobre o IDH – Índice de desenvolvimento humano sempre dão destaque especial a questões de saneamento. As autoridades constituídas falam constantemente sobre problemas de esgoto, tratamento e captação de água, mas se esquecem do manejo de lixo. Por mais de duas horas, a reportagem de O NORTE percorreu um local onde o que se vê e sente é mau cheiro, proliferação de animais peçonhentos como ratos, baratas e escorpiões, a presença incômoda de milhares de urubus e danos ao meio ambiente. Trata-se do aterro sanitário, mais conhecido com lixão, localizado próximo ao Bairro São Geraldo II.



A presença da reportagem no local, inicialmente, inibiu as atividades principalmente de crianças e adolescentes, que ficam a maior parte do tempo naquele ambiente sem o mínimo de cuidado.



Não foi difícil chamar a atenção dos garotos, que trocam uma aula de computação, por exemplo, pelo trabalho realizado em meio a urubus e lixo hospitalar. Entretanto, eles afirmam que não têm oportunidade e que por isto continuam no local.



- Gostamos daqui, e não temos opção - diz José Costa, que há mais de quatro anos tira seu sustento e de sua família do aterro sanitário.



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Crianças afirmam que estão no lixão por


falta de oportunidades
.



Ele afirma que não tem medo de doenças e que foi por falta de oportunidades de trabalho que optou por trabalhar no lixão.



O menor M.D. afirma que crianças de 16 anos acima trabalham até 10 horas por dia no aterro sanitário sem qualquer tipo de cuidado.



- Alguns calçam botas, outros entram no lixão de chinelo mesmo. As necessidades são bem maiores do que qualquer dificuldade que enfrentamos aqui - diz.



M.D. já se acostumou com o mau cheiro no local. Ele afirma que o lixão era um local organizado, mas, atualmente se encontra abandonado.



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Destinação inadequada do lixo tem agredido o


meio ambiente
.



Outra criança, de aproximadamente 10 anos, comoveu a reportagem.



- Deus é quem protege a gente. Só não morremos neste lugar porque Ele olha para nós - disse isto fazendo referência ao fato de trabalharem catando latinhas e cobre em meio a lixo hospitalar.

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