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Segunda-Feira,22 de Dezembro

Crianças carentes podem perder apoio de instituição por falta de verbas

Jornal O Norte
Publicado em 01/11/2006 às 10:31.Atualizado em 15/11/2021 às 08:43.

Samuel Nunes


Repórter


samuelnunes@onorte.net



O Artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente diz que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. No entanto esta não é a realidade no Brasil e em especial em Montes Claros onde é grande o número de crianças que tem sua casa nas ruas da cidade.



A reportagem de O Norte esteve na tarde de ontem, terça-feira na SOS Amor em Ação, instituição fundada em 22 de fevereiro de 1995 por uma americana por nome Bile Naike, que mora no Brasil e iniciou o trabalho distribuindo sopa para crianças na sede do Corpo de Bombeiros, na rua Visconde de Ouro Preto, no centro de Montes Claros. O presidente em exercício, pastor Dimilton Pereira da Costa conta que a fundadora da instituição alugou uma casa no bairro Alto São João em 1998 e, atualmente, tem lutado junto com os coordenadores da casa, Gilson Augusto Santos Almeida e Jeane Guedes Almeida para amenizar os problemas vivenciados pelos menores de rua.






Crianças atendidas pela SOS Amor em Ação (foto: arquivo)



De acordo com ele mais de 150 crianças já foram beneficiados através do trabalho da entidade.



- Algumas destas crianças voltaram para as ruas porque, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, não podemos obrigá-las a ficar em nossa entidade. Mas temos, também, crianças que foram reinseridas na sociedade, outras constituíram famílias, o que é positivo - diz.



O pastor conta que atualmente nove crianças estão abrigadas na entidade recebendo apoio incondicional. Ele explica que as crianças que chegam encaminhadas pelo Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente, Vara da Infância e da Juventude e a Honda Social.



- As crianças que abrigamos já chegam aqui com problemas de violência no lar, alguns são dependentes químicos, e é bom que se salientar que todas são passíveis de vulnerabilidade social – explica.



Estudiosos no assunto dizem que a maioria das crianças que mora ou trabalha na rua é composta por meninos, as meninas são em quantidade menor. Muitas delas vão para as ruas trabalhar por volta de 8/9 anos de idade, vendendo doces, guardando carros ou acompanhando um irmão mais velho. Algumas já foram à escola, mas como não conseguem se sair bem nos estudos porque precisam dividir o tempo entre a escola e o trabalho na rua, desistem.



DIFICULDADES



De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, no Artigo 53, capítulo IV, toda criança tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.



É esta a preocupação da SOS Amor em Ação, que prioriza nos trabalhos com os menores a conscientização da importância dos estudos para a formação do homem. Segundo o coordenador Gilson Augusto Santos a motivação para o trabalho com menores é encontrada no próprio significado do nome da entidade, SOS Amor em Ação, e enfatiza que este amor não deve apenas ser falado e pregado, mas principalmente demonstrado na prática. Gilson Augusto diz que as crianças assistidas recebem apoio psicológico, social e espiritual, este último, em sua opinião, tem dado resultados positivos. Ele ressalta ainda o apoio recebido das igrejas batistas de Montes Claros.



- As crianças recebem aulas de reforços e são encaminhadas para a as escolas da cidade. No entanto todo o trabalho desenvolvido por esta entidade está ameaçado de continuar devido às dificuldades financeiras. Temos uma despesa de R$ 4000, entre aluguel, luz, água, e alimentos, e se não tivermos ajuda da comunidade, vamos ter de fechar as portas em 30 dias. O aluguel está atrasado e já estamos, inclusive, com uma ordem de despejo - lamenta.



O pastor Dimilton ressalta que a prefeitura tem ajudado a pagar o salário de quatro funcionários e também tem ajudado na alimentação das crianças.



- Quem desejar nos ajudar com qualquer quantia em dinheiro pode depositar na conta: 63606-1 agência – 3049, banco Bradesco.

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