O período entre o final do mês de dezembro e o início de janeiro é marcado pelas férias escolares. Com crianças e adolescentes passando mais tempo em casa, todo cuidado é pouco para que não ocorram acidentes com eletricidade. Basta um único descuido para que ocorram, por exemplo, choques elétricos. 

Há, também, o risco de quedas de lugares altos – que lideram a lista de acidentes mais recorrentes no hospital. O motivo é seguido por “causalidades no trânsito, queimaduras e afogamentos, que são menos comuns, mas também ocorrem e costumam ser graves.  

E, também, as intoxicações que ocorrem com frequência com crianças menores.

“É importante perceber e identificar os fatores de risco dentro de casa, quais são as possibilidades de acidentes domésticos. Porque normalmente, pensamos em perigo fora, mas dentro de casa também têm”, alerta Cindy Melo, coordenadora de pediatria do Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira (HCMR).

Ela destaca que é necessário haver supervisão de um adulto, principalmente com crianças até seis anos. 

“Sem alguém observando é um risco muito grande. Por isso, é importante prevenir e deixar uma casa com risco menor”, aconselha. 

Ela orienta deixar produtos de limpeza em lugar trancado ou alto, fora do acesso de crianças. Mesma coisa dos os medicamentos. 

“Dentro de casa, ainda se preocupar com a altura, pois, tem a possibilidade da criança subir escadas, cadeiras, balcões, ou algo que possa ter um risco de queda, E com os bebês, muito cuidado como carrinho, ter sempre o cinto bem ajustado e bem colocado, porque agora tem muito passeio, com a família”, alerta. 
 
“MONITORO MAIS” 
Quem sabe disso e tenta evitar qualquer descuido com as filhas, de 7 e 3 anos, que estão de férias em casa é Ana Luíza Alcântara. 

“Com elas de férias da escola, fico mais perto delas, monitoro mais”, diz Ana, que sempre arruma um jeito de fazer com que as crianças fiquem por perto.

“Se estou na cozinha, coloco um colchão, se não, coloco um filminho pra assistir, mas sempre de olho nelas, nunca as deixo só”, conta. 

“Uma vez, quando estava grávida da caçula, debaixo dos meus olhos a mais velha, na época com quatro anos, subiu no banco pra passar protetor solar, e quando foi descer pisou em falso e trincou o cotovelo, foi tudo muito rápido”, lembra Ana Luíza, que aconselha, principalmente para as mães de primeira viagem: 

“Tomem cuidado, fiquem de olho porque em um segundo, tudo pode acontecer”. 

De olho nos eletrônicos

João José Magalhães Soares, gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, orienta também que os pais devem ter muita atenção em relação aos brinquedos eletroeletrônicos.  

“Apesar de parecerem inofensivos, esses equipamentos precisam ser monitorados com atenção para garantir o divertimento sem riscos de acidentes”, alerta.

Também é preciso ter muita atenção com celulares e tablets e não permitir que a garotada utilize os dispositivos conectados na tomada. 

“Eles nunca devem ser utilizados conectados na tomada”, avisa. 

O especialista também recomenda que os pais utilizem protetores de tomada em toda a casa e não sobrecarreguem os benjamins. 

DICAS
É preciso ficar muito atento às tomadas sem proteção. A utilização, por parte das crianças, de equipamentos elétricos como micro-ondas e outros aparelhos de cozinha não são recomendados, a não ser sob supervisão de um adulto. 

Fios desencapados devem ser eliminados das residências. Não se deve ligar muitos aparelhos em uma mesma tomada utilizando benjamins ou “Ts”. O correto são as réguas de bornes ou réguas de tomadas com um fusível de proteção. É necessário utilizar extensões adequadas para os aparelhos eletrodomésticos, respeitando a tensão nominal e capacidade de cada um. 

Também é importante não utilizar equipamentos eletroeletrônicos em áreas molhadas, como banheiros, saunas e piscinas.