Samuel Nunes
Repórter
De acordo com o sindicato dos trabalhadores da indústria têxtil de Montes Claros, entre 1200 e 1300 funcionários receberam na última segunda-feira, 15, férias coletivas nas empresas Coteminas e Cotenor. Segundo Maria Eliana Ferreira Santos, presidente da junta governativa instalada no sindicato, quanto às empresas Sebratex e Lençol, também pertencente ao grupo das empresas do vice-presidente da República José Alencar, funcionam apenas os setores de acabamento.
Mais de 1000 trabalhadores da indústria têxtil já estão
de férias coletivas (foto: ARQUIVO XU MEDEIROS)
- O sindicato recebeu o comunicado da empresa com extrema preocupação, por entender que o setor têxtil vive na cidade grande expectativa, tendo em vista que a crise mundial e a concorrência com o mercado chinês são fatores desfavoráveis para quem lida neste segmento no mercado - afirma.
Revela que uma das justificativas por parte da diretoria diz respeito ao considerável estoque de material nas dependências da empresa.
NOVA ALIANÇA
Maria Eliana Ferreira Santos demonstra ainda preocupação pelo fato de outra empresa, Nova Aliança, também do setor têxtil, instalada na cidade há pouco mais de um ano ter a sua direção tomada mesma medida do grupo Coteminas.
- Esta empresa tem em seu quadro de funcionários 207 pessoas, no entanto, concedeu férias coletivas para 64 trabalhadores.
A sindicalista afirma que há informações não confirmadas que a partir do mês de janeiro do próximo ano demissões possam acontecer. Ela revela que no caso especifico da empresa têxtil Nova Aliança, o principal mercado consumidor é o estado de Santa Catarina. Todavia, com a tragédia que acontece em muitas cidades daquele estado do sul do país, os contratos de vendas não estão sendo renovados.
POSIÇÃO
Maria Eliana Ferreira Santos afirma que a entidade está preocupada com os rumos que as férias coletivas podem provocar, uma vez que inúmeros pais de famílias podem perder o emprego. Revela que o sindicato está tomando conhecimento de toda a situação tendo já entrado com ações junto ao ministério público e ministério do Trabalho no sentido de oferecer garantias e suporte no que tange a possíveis demissões que possam acontecer a partir do mês de janeiro.
O NORTE tentou contato com representantes das empresas citadas, mas até o fechamento desta edição não obteve êxito.