
Boataria que circula nas redes sociais, disseminada sobretudo via WhatsApp desde sábado causou uma corrida aos postos de combustível em Montes Claros. As mensagens informam sobre uma ameaça de paralisação dos transportadores. O temor de novo desabastecimento – a exemplo do que ocorreu em maio – levou centenas de motoristas a formar filas para encher o tanque.
A mobilização teria como causa a queda no faturamento dos caminhoneiros, motivada pelo aumento de 13% no preço do diesel anunciado na última sexta pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Entretanto, em nota, ontem à tarde a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) afirmou desconhecer qualquer indício de greve entre a categoria e que descarta qualquer mobilização entre sua base sindical, acrescentando “não haver motivos para uma nova paralisação, uma vez que todas as medidas reivindicadas e negociadas com o governo federal na mobilização de maio estão sendo cumpridas”.
Em postos de combustíveis de algumas cidades do Norte de Minas, como Mirabela, Japonvar, Lontra, Januária, Itacarambi, São João das Missões e Manga, a informação sobre uma possível paralisação não alterou a rotina: postos sem fila e manutenção dos preços.
No início da tarde de ontem, a reportagem de O NORTE constatou alta na procura por gasolina em cinco postos de combustíveis de Montes Claros, sem variações de preços em relação aos dias anteriores. Em dois deles havia filas – os postos Alvorada, na rua Coronel Joaquim Costa, e Superkilo, na avenida Mestra Fininha.
GRANDE PROCURA
A maior fila foi verificada no Posto Alvorada, que pratica o etanol a R$ 3,05 e a gasolina a R$ 4,95. No Superkilo, o etanol é vendido a R$ 2,69 e a gasolina a R$ 4,79. Já no Posto Candango o movimento era grande, mas não chegou a formar fila de espera.
No Superkilo, o frentista Darlen Ruas Caldeira informou que as filas começaram no domingo às 21h e que ontem, às 4h, uma fila enorme já se formava. No Alvorada, Jean Carlos, de 25 anos, morador do Alcides Rabelo, além de completar o tanque ia encher um galão de 10 litros.
“Uma reserva, porque trabalho na Central de Abastecimento (Ceanorte) e preciso de combustível para fazer entregas”, alegou.
Reivânia Moreira de Souza, de 50 anos, de Montal-vânia, no extremo Norte de Minas, avaliou que “o boato é mais uma questão política, envolvendo empresários, que acaba recaindo nos mais pobres”.
Com medo de ficar sem combustível, Tamara Alkimim, que reside no bairro Planalto, encheu o tanque da motocicleta. “Não procurei o melhor preço, mas cuidei de garantir o combustível”.