
O corpo do advogado criminalista Alexandre Barra, de 34 anos, desaparecido há mais de uma semana, foi encontrado enterrado e concretado no quintal de uma casa no bairro Santos Dumont, em Montes Claros.
Policiais militares e civis chegaram ao local na noite de segunda-feira (19), após um dos suspeitos envolvidos revelar participação no crime. A casa pertence ao cunhado de uma das três pessoas que estão presas pelo crime.
ENTENDA O CASO
O advogado Alexandre Barra estava desaparecido desde o último dia 13. Após parentes não conseguirem mais contato com ele, foi registrado um boletim de ocorrência.
No dia seguinte, o veículo do advogado foi localizado em um motel em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Com apoio da delegacia daquela cidade, foram identificadas imagens de duas pessoas que teriam abandonado o carro, pegado um transporte por aplicativo e retornado para MOC.
No dia 18, foi feito um boletim de ocorrência de um homicídio tentado – a vítima era uma das pessoas identificadas no carro de aplicativo.
Foi feito um flagrante na delegacia de plantão e a vítima narrou quem teria sido os autores da tentativa de homicídio. Ela relatou uma ligação direta entre a tentativa de homicídio dela e o desaparecimento do Alexandre. E confessou que recebeu o valor de R$ 1 mil para abandonar o carro em Contagem.
Os dois homens presos suspeitos de agredir o motorista de aplicativo e de ter envolvimento com o desaparecimento do advogado foram conduzidos à delegacia de Polícia Civil. O motorista de aplicativo foi socorrido pelo Samu e levado para o hospital, com um tiro nas costas e diversas perfurações de faca.
Na última segunda-feira (19), um terceiro autor relacionado à tentativa de homicídio foi preso e conduzido à delegacia de plantão, onde revelou onde estaria enterrado o corpo do Alexandre.
Segunda a delegada Francielle Drumond, foi verificada a ligação direta entre a tentativa de homicídio do motorista de aplicativo e o desaparecimento do Alexandre.
“Leva a crer, e será necessário apurar, que seria uma queima de arquivo porque os investigados teriam uma ligação muito próxima com o advogado. Eram muito amigos”, diz.
CORPO ENCONTRADO
Após a denúncia em relação ao local onde o corpo havia sido escondido, equipes policiais se deslocaram até o local, onde vizinhos relataram que, um dia após o sumiço de Alexandre, pessoas investigadas que haviam sido presas pela tentativa de homicídio do motorista de aplicativo teriam ido até a casa e concretado o local. Também foi relatado um forte odor no local.
Após escavação, o corpo do advogado foi localizado há aproximadamente um metro de profundidade, em posição lateral, envolvido em um lençol, com um cinto no pescoço.
De acordo com a delegada Francielle Drumond, a causa morte poderia ter sido por asfixia, mas em conversa preliminar com o medico legista, responsável por fazer o relatório de necropsia da vítima, não há marca de asfixia. A causa morte foi traumatismo craniano.
“Tudo levar a crer que o crime foi premeditado porque foi encontrado no local uma nota fiscal recente de material de construção o que será melhor investigado pela policia”, diz a delegada.
Segundo a polícia, até o momento quatro pessoas foram indiciadas pela tentativa de homicídio do motorista de aplicativo – três, com idade de 28,26 e 35 anos, já se encontram presos. As investigações continuam para apurar todos os fatos e verificar se há participação de outras pessoas.
A participação do motorista de aplicativo também será investigada. A PC também disse que todos eram amigos do advogado e um deles já foi seu cliente.
Foram apreendidos telefones celulares, veículos e uma quantia em dinheiro que pertencia ao motorista. Um quarto suspeito que ajudou a levar o carro da vítima até Contagem ainda está foragido.