Fabiola Cangussu
Repórter
Os fiéis católicos da região Norte de Montes Claros receberam de presente, de fim de ano, a consagração da igreja Sagrada família, em cerimônia realizada pelos arcebispos Dom José Alberto Moura e Dom Geraldo Magela, com a participação de padre Marcos Cerone, o pároco local.
O 31 de janeiro é o dia da sagrada família, mas a tradição celebra em todo último domingo do ano. A congregação de padre Marcos homenageia a família de cristo, por isso a igreja recebeu o mesmo nome.
A consagração da Matriz da Sagrada Família foi feita
por Dom José Alberto
Na homilia da celebração festiva, o arcebispo Dom José falou sobre a missão que o homem recebeu de reinar sobre a terra, com harmonia e respeito à natureza.
- Sendo o homem imagem e semelhança de Deus, faz-se necessário fortalecer em amor e solidariedade. Sem esse amor cristão, a humanidade cai, e acaba destruindo a família e consequentemente a sociedade - comenta Dom José.
O arcebispo também falou sobre a necessidade de se construir um templo dentro de cada pessoa, fortalecendo a família, primeira célula da sociedade e praticar a misericórdia, o respeito e a caridade, tanto dentro do lar, quanto no convívio com os outros semelhantes.
Na oportunidade os fiéis foram chamados a refletir sobre a família que desejam formar e consequentemente a sociedade. As pastorais, grupos com missão de evangelizar e lutar pelas justiças sociais,são apontadas como braço da igreja para chegar às famílias.
Em primeiro palno: Padre Marcos, diácono Pedrinho, Dom Jose Alberto, Dom Geraldo Magela na consagração da igreja (fotos: FABIOLA CANGUSSU)
A paróquia sagrada família é composta por sete comunidades urbanas, Jaraguá I, Jaraguá II, Vilage I, Vilage II, Nova América, Novo Horizonte, Clarice Athayde, Jardim Primavera e Jardim Alegre, e nove comunidades rurais.
Por atender uma região vasta, com sérios problemas sociais, padre Marcos já noticiou que pretende desenvolver junto à comunidade trabalhos de promoção a vida, principalmente junto aos jovens, oferecendo oportunidade de qualificação profissional, de incentivo a cidadania e de respeito a todo ser humano.
Em reconhecimento a importância da paróquia sagrada família, o vice-presidente da república, José Alencar, mandou telegrama parabenizando as comunidades pela construção da matriz, e pelos projetos realizados na região. José de Alencar lamentou não poder está presente nesse momento de festa, mas alegrou com o projeto a ser realizado na região.
UM ANO NOVO
Os desafios de 2008, apontados pelos arcebispos Dom José e Dom Geraldo Magela, estão em construir uma sociedade baseada no amor e solidariedade.
- O ano novo se inicia com perspectivas de poder criar e realizar. E, essa perspectiva nos dar a certeza de que não estamos sozinhos. Com a união fraterna podemos ter mais justiça social. Que amor, fraternidade e justiça social façam parte de toda arquidiocese de Montes Claros – deseja de Dom José Alberto.
O arcebispo emérito Dom Geraldo Magela pediu a sociedade para não perder as esperanças e acreditar sempre que o ser humano pode ser cada dia melhor.
- Sei que teremos um ano bom, com possibilidades infinitas. Temos que ter esperança e trabalhar por isso – comenta Dom Geraldo.
DESAFIO LOGO EM FRENTE
O presídio de Montes Claros fica a vista dos celebrantes da Sagrada Família. A construção verde claro, cercada por grades e guardas armados é a visão que padre Marcos terá sempre que celebrar na nova igreja.
Dom José falou sobre o convívio com essa parte da realidade da sociedade, e sobre a caridade cristã.
- Precisamos acolher, levar respeito e oferecer oportunidades a todos que desejam mudanças de comportamento. Padre Marcos já se ofereceu para desenvolver trabalhos com a pastoral carcerária - comentou o arcebispo.
- É a lógica eu abraçar a pastoral carcerária. É a realidade de minha comunidade. Não entendo muito sobre como trabalhar com essa pastoral. Mas também não sabia como construir igreja, e hoje temos nossa matriz. Sei que tenho vontade, e isso é o principal para realizar todos objetivos. A arquidiocese vai dar o suporte necessário, e o amor cristão e solidário farão o resto – afirma o pároco da Sagrada Família, padre Marcos.
Segundo o diácono Pedrinho, o poder público garantiu projetos para trabalhar o entorno da cadeia. Com a participação da comunidade e execução dos projetos, não só a região Norte, mas toda a comunidade será beneficiada.
- Precisamos lembrar que cada detento custa à sociedade uma média de R$1500 por mês. Se apoiarmos os projetos sociais, podemos diminuir o número nos presídios. Investir nas famílias dos detentos é uma maneira de quebrar esse círculo vicioso. Nós, igreja, sociedade e poder público precisamos mudar essa realidade - completa o diácono.