Comunidade protesta contra fechamento de farmácia: Além da falta de médicos, população sofre também com a falta de medicamentos nos postos de saúde

Jornal O Norte
Publicado em 02/02/2011 às 09:21.Atualizado em 15/11/2021 às 17:21.

Samuel Nunes


Repórter


 


Montes Claros tem 25 postos de saúde e, em todos eles, há falta de remédios. O problema se agrava com o fechamento de farmácias nos locais. A ausência de medicamentos é sentida, por exemplo, para o tratamento de pressão alta e diabetes. A consequência é que a sociedade vem se mobilizando para cobrar do poder público municipal explicações quanto a esta péssima situação na saúde pública.



Samuel Nunes


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Albino Marques, Jacyr Dias e Joel Alves da Silva não estão nada satisfeitos com o fechamento da farmácia e com a saúde pública no município



Na manhã de ontem, moradores dos bairros Vila Ipiranga, Roxo Verde e Lourdes, manifestaram de forma a chamar a atenção da prefeitura quanto à indignação deles contra o fechamento da farmácia do posto de saúde do bairro de Lourdes, o que vai obrigar os moradores daquela região a se dirigirem até a farmácia do posto de saúde do bairro Cintra.



Maria Antônia, dona de casa, diabética, revela que, devido o fechamento da farmácia, teve que viajar à cidade de Brasília de Minas para buscar pelo medicamento.



- Com a farmácia fechada, a situação tende a piorar ainda mais – alerta.



A funcionária pública Rosenilde Gomes da Silva chegou bem cedo para buscar seu remédio para hipertensão, mas, surpreendentemente encontrou a farmácia fechada, o que causou revolta e indignação. Ela afirma que a distância de sua residência até o posto de saúde do Cintra é considerável. Revela que muitos moradores, principalmente os de mais idade, não têm condições de buscar o remédio no outro posto.



- Antes desta administração que aí está, a farmácia funcionava em dois períodos. De repente, sem muitas explicações, decidiram pelo funcionamento da farmácia apenas num expediente. E agora a pior notícia, a farmácia se encontra fechada e a população prejudicada – relata.



A doméstica Erika Maria Oliveira reside no bairro Vila Ipiranga. Com a filha Maria Luiza, de apenas 2 anos de idade, nos braços, reclama também da mudança feita pela secretaria municipal de saúde. Conta ainda que há cerca de seis meses espera por um laudo de uma psicóloga. Critica ainda a sujeira e o matagal no terreno onde está localizado o posto de saúde que, para ela, representa também o descaso da administração municipal.



- Quero saber do prefeito e do secretário de saúde como fica a situação de quem não tem condições de ir ao posto de saúde do Cintra buscar o seu remédio. Minha filha tem problema de bronquite e alergia e a farmácia se encontra fechada. Não tenho condições de comprar o medicamento e nem de pagar uma consulta. Isto é um absurdo e uma vergonha para uma cidade do tamanho de Montes Claros – desabafa.






CAOS



O aposentado Jacy Rodrigues sugere ao prefeito que, em vez de fechar a farmácia, ele poderia fechar as portas do posto de saúde, uma vez que sete médicos que realizavam o atendimento à população não o fazem mais. Classifica o atendimento em termos de saúde à população como um caos.



- Preciso urgentemente fazer um endoscopia do estômago. Já são seis meses de espera. Até quando a população vai continuar sofrendo? – pergunta o aposentado.



O autônomo Joel Alves da Silva critica o prefeito pelos problemas enfrentados pela população em relação à saúde, isto desde o início da administração municipal.



- A administração está arrebentando com o povo. É falta de médicos, remédios, e a gente não vê perspectiva de melhora, o que é extremamente triste para quem gosta de Montes Claros – lamenta.



Albino Marques, aposentado, considera o fechamento da farmácia um absurdo e um descaso da atual administração para com o povo dos bairros Vila Ipiranga, Lourdes e Roxo Verde. Com problemas de pressão alta, ele conta que, não tem condições de comprar o medicamento.



- Não se justifica o fechamento da farmácia, uma vez que o prédio vai ficar ocioso – lembra.



A reportagem conversou com o gerente do posto de saúde, Aniceu Ferreira. Ele disse que, por ordem da secretaria municipal de saúde, não poderia responder os questionamentos dos moradores. Afirmou ainda que, como gerente do posto, recebe a ordem e a executa.



A reportagem tentou falar com Alik Rodrigues, secretário de saúde interino, mas, sem sucesso.


 

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