Previsão do tempo

Clima seco persiste

Previsão do Inmet não aponta chuva na primeira semana de setembro

Márcia Vieira
Publicado em 01/09/2025 às 23:13.
Jornalista Bia Andrade: reforço no cuidado com as plantas e com a saúde foi a forma encontrada para driblar o clima seco (arquivo pessoal)
Jornalista Bia Andrade: reforço no cuidado com as plantas e com a saúde foi a forma encontrada para driblar o clima seco (arquivo pessoal)

Faltando menos de 4 meses para o fim do ano, o clima seco segue persistente em Montes Claros. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os montes-clarenses ainda terão que esperar um pouco para receber as chuvas. A previsão do Inmet aponta que pelo menos até a primeira semana de setembro não há expectativa para a chegada das águas e o clima seco na região deve continuar, com baixa unidade do ar e temperaturas mais elevadas durante a tarde. 

Flávio Pimenta, engenheiro agrícola e professor de Agrometeorologia da Universidade Federal de Minas Gerais ( UFMG), avalia que o período é delicado para o meio ambiente. “Estamos num baú de pólvora. É uma época muito propícia aos incêndios e qualquer fagulha causa incêndio. Essa é uma realidade”. Outro ponto destacado pelo especialista é que com a baixa umidade está havendo uma maior evapotranspiração, ou seja, a perda de água. “ Os rios vão secando com maior rapidez porque está muito seco, e as plantas perdem mais água e chegam ao estado de estresse também de maneira rápida”, explica Flávio. Ele detalha que os lençóis freáticos, que alimentam os rios, estão diminuindo significativamente. “Isso está causando um impacto socioambiental muito grande para nossa região. As pequenas comunidades tem a água como abastecimento humano, então nesse cenário,o que poderia ocorrer é a ação preventiva, que vai desde a educação ambiental ao trabalho para segurar a água de chuva. Uma região que chove mil milímetros por ano em três, quatro meses, essa água toda é perdida. Vai para o oceano.Se a gente segurasse, a gente teria uma condição mais favorável”, comenta. A alternativa, segundo o especialista, seria a construção de barragens, barraginhas e proteção de nascentes, entre outras medidas. “É uma gama de ações que a gente pode fazer, mas tem que haver planejamento”. Flávio avalia que a região esteja voltando à “normalidade”, como era há cerca de cinco anos, com temperaturas mais altas. “Esse ano estamos resgatando o que sempre foi em Montes Claros, as características naturais, frio na hora do frio, calor na hora do calor. Alguns pesquisadores opinam que é um processo cíclico, ou seja, o planeta já foi gelado, já foi quente. Mas temos que considerar a intervenção atrópica, a intervenção do homem , que tem influência nas modificações”, declara. 

“Estou regando as plantas mais vezes ao dia. As que estão dentro de casa e mesmo as que estão na área, pois elas estão extremamente secas”, diz a jornalista Fabrícia Andrade, atenta ao clima. Os danos aparecem também no âmbito da saúde. Há mais de 25 anos morando em Montes Claros ela teve que buscar alternativas para se adaptar ao clima. Depois de passar por vários médicos, aprendeu a lidar com as alergias e consequências. “Eu respiro o ar quente e ele fere o nariz, provoca dor de cabeça, tontura. Um truque que eu aprendi é passar uma pomada. Assim durmo melhor. A vacina periódica também aliviou a sinusite e o principal é que bebo bastante água e me manter sempre hidratada”, conclui.

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