Índice de infestação de dengue na cidade é quatro vezes maior do que o preconizado pelo ministério da Saúde
Samuel Nunes
Repórter
samuelnunes@onorte.net
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas sejam infectadas, por ano, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização. A doença mata 20 mil pessoas, a cada ano, em todo o mundo.
De acordo com Lucimara Cristina Pimenta, chefe do setor de controle de Zoonoses de Montes Claros, a partir desta semana os trabalhos estão sendo intensificados, através de 40 homens no bairro Independência - que é um dos bairros mais populosos da cidade.
Casos de dengue na cidade são preocupantes, e população, apesar dos problemas tem que contribuir no combate à doença (foto: Wilson Medeiros)
– Estamos remanejando várias pessoas e visitando todos os domicílios do bairro, onde tem um número grande de focos da dengue.
Ela conta ainda que estão sendo realizadas visitas a todas as unidades de saúde do Programa Saúde de Família para que também possam ajudar nos casos suspeitos.
– Quando mais rápido detectado o problema mais rápido é a estratégia para o bloqueio de transmissão da doença, por isso a importância de as pessoas procurarem uma unidade de saúde e fazer a notificação do problema.
RISCO
Lucimara Pimenta afirma que Montes Claros ainda corre o risco de sofrer uma epidemia de dengue. Ela explica que o índice de infestação da doença é quatro vezes maior que o preconizado pelo ministério da Saúde.
- Os exames da doença não são feitos pelo município, ficando com o Estado esta responsabilidade.
Lucimara diz que a responsabilidade do centro de controle de Zoonoses da cidade é de trabalhar no controle vetor, o mosquito Aedes aegypt. Atualmente 250 servidores estão trabalhando de maneira efetiva no combate ao mosquito na cidade.
- É um número insuficiente.
Apesar do esforço que a Zoonoses tem feito, ela afirma que a população tem que fazer a sua parte e se conscientizar sobre os problemas provenientes da dengue. Os profissionais que trabalham no setor, segundo ela, têm recebido orientações para procederem com atendimento imediato caso seja detectada a doença.
Lucimara Cristina lembra mais uma vez que em todo o país a situação é grave, inclusive existindo 60 óbitos de dengue hemorrágica. Segundo ela, existem três tipos de dengue: dengue 1,2 e 3, sendo que as formas de manifestações em algumas regiões do Brasil são mais agressivas.
- Existem 179 pessoas trabalhando no controle da dengue na cidade, que ressaltam a importância da mudança de hábitos por parte da população. O mosquito pode se reproduzir de 8 a 12 dias e chamo a atenção da população para evitar qualquer quantidade de água parada. Qualquer recipiente que tenha água é um depósito para o inseto colocar seus ovinhos. Temos exemplos na cidade assustadores: em uma só residência, por exemplo, seis focos da doença foram encontrados.
NÚMEROS
O Norte ouviu o chefe de seção de Epidemiologia, Claudemilson Oliveira, que revelou o último boletim divulgado sobre os números da dengue em Montes Claros. De acordo com ele, baseado em dados da primeira semana de janeiro até a inicio do mês de dezembro, foram registrados na cidade 920 casos de notificação, sendo 574 casos confirmados e 162 casos que foram descartados.
- Os bairros onde a incidência da dengue é maior são os seguintes: Antônio Pimenta, Dr. João Alves, Independência e Jardim Palmeiras. A dengue é muito dispersa sendo que em todos os outros bairros da cidade há casos da doença. Uma falha de comunicação do setor privado com o de epidemiologia tem prejudicado a notificação da dengue. Aproveito o espaço e solicito aos consultórios particulares que notifiquem a doença para que as medidas cabíveis sejam tomadas, pois com a intensificação das chuvas, o acúmulo de água, em recipientes, podem facilitar a proliferação do mosquito. Temos dois números de telefones para quem desejar obter mais informações sobre a dengue - 3229-3360- 3229-1565.
QUADRO SINTOMAS
- Dor de cabeça e nos olhos;
- Febre alta (muitas vezes passando de 40 graus);
- Dor nos músculos e nas juntas;
- Manchas avermelhadas por todo o corpo;
- Falta de apetite;
- Fraqueza;
- Em alguns casos, sangramento de gengiva e nariz.
99% têm febre, que dura cerca de sete dias. Pode ser branda ou muito alta
50% têm febre, que dura cerca de sete dias. Pode ser branda ou muita alta.