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Segunda-Feira,14 de Julho

Casarão da Fafil voltará à forma original

Jornal O Norte
Publicado em 09/09/2008 às 09:37.Atualizado em 15/11/2021 às 07:43.

Da Ascom/Unimontes



No processo de restauração do ‘Casarão da Fafil’, serão resgatadas as características da época da sua construção, concluída em 1889. O edifício está sendo totalmente recuperado para receber o Museu Regional do Norte de Minas, obra implantada pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), com recursos viabilizados junto a empresas, através da “Lei Rouanet”, com o apoio do Governo de Minas. A inauguração do museu está prevista para o início de 2009.





O projeto arquitetônico de restauração original foi desenvolvido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), em 2001, e readaptado três anos depois, como forma de atender à Lei de Acessibilidade (nº 10.098/2004). A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino Superior do Norte de Minas (Fadenor) é a responsável pela execução das obras e gerência financeira do empreendimento.



Para acompanhar a execução dos serviços, foi contratada a consultoria da arquiteta Clarissa Oliveira Neves, especialista em revitalização urbana e arquitetônica. A professora e arquiteta Érika Neves Guimarães, da Gerência de Logística e Infra-estrutura, vinculada à pró-Reitoria de Planejamento, Gestão e Finanças da Unimontes, presta assessoria aos trabalhos.



A pesquisa histórica realizada pela consultora evidencia que, ao longo de mais um século, o prédio sofreu várias intervenções e mudanças para atender as necessidades de melhor aproveitamento da construção. “Agora, todas as características originais serão recuperadas, com o casarão voltando a ser como era em 1910, antes de sofrer as primeiras intervenções”, explica a arquiteta Clarissa Neves.



Ela lembra que um dos aspectos diz respeito à fachada. Quando o prédio foi construído, existiam sacadas junto às janelas no segundo pavimento, viradas para a rua Coronel Celestino, que teriam sido retiradas no começo do século XX, quando o sobrado passou a sediar o Grupo Escolar Gonçalves Chaves. Com a restauração, as sacadas voltarão a existir nas características originais.



Serão recuperados e preservados os detalhes originais das paredes, portas e janelas do edifício. Nesse sentido, informa Clarissa Oliveira Neves, por intermédio das pesquisas, foi constatado que, no fim do século XIX, as esquadrias das portas e janelas do casarão eram na cor vermelha, embora, hoje, apresentem a cor azul. Com a reforma, o vermelho retornará às esquadrias, gerando um bonito contraste com o azul. As paredes, por sua vez, serão brancas. Ao todo, a edificação conta 811 metros quadros de área construída, somando 50 janelas e 43 portas.



Outros aspectos originais também serão resgatados como o telhado, beirais, piso, rodapé e o madeiramento da escada interna, usada para o acesso ao segundo pavimento. Da mesma forma, serão mantidos o reboco, cordões, frisos e pilastras, tanto na frente como nas laterais do casarão.



MUSEU REGIONAL



O projeto de restauração do Casarão da Fafil e de implantação do Museu Regional do Norte de Minas está orçado em R$ 1.077.674,66, sendo R$ 400 mil foram liberados através do programa ‘Cemig Cultural’, e outros R$ 677.674,66 disponibilizados pelo Instituto Oi Futuro, da empresa Telemar Norte Leste. As empresas fizeram as doações com base na “Lei Rouanet”, sendo firmados convênios com a participação da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino Superior do Norte de Minas (Fadenor).



O Museu Regional do Norte de Minas vai reunir um grande acervo documental, fotográfico e material sobre a história da região, que está sendo catalogado pela Unimontes, por intermédio da pró-Reitoria de Extensão. O objetivo é que o museu sirva também como uma referência para pesquisas sobre o processo de ocupação e desenvolvimento dos municípios norte-mineiros, abrangendo várias áreas do conhecimento.



O local contará, ainda, com diversos espaços temáticos. A arquiteta Clarissa Neves Oliveira esclarece que não haverá nenhuma mudança na estrutura física do Casarão da Fafil, a não ser as intervenções nas redes hidráulica e elétrica, nas instalações sanitárias para atendimento aos portadores de necessidades especiais e no sistema de segurança contra incêndio. “Na verdade, o museu é que será adequado ao sobrado”, diz a arquiteta.



Ainda dentro da proposta de resgate das características do edifício, serão eliminadas todas as obras de ampliação (anexos) que foram feitas no terreno, já que não têm a característica histórica. Com 407 metros quadrados, o espaço ao fundo do prédio será revitalizado com jardins, anfiteatro e um espelho d’água, a fim de que possa ser usado pelos visitantes do museu.

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