Cancelamento de shows causa protesto em hotel-fazenda

Jornal O Norte
Publicado em 09/10/2007 às 09:34.Atualizado em 15/11/2021 às 08:19.

Luís Alberto Caldeira


Repórter


luis@onorte.net



Irresponsabilidade. Constrangimento. Desrespeito. Essas foram as palavras usadas pela universitária Andréia Pereira para definir sua indignação ante o cancelamento de última hora do show do grupo de reggae Maskavo, previsto para o último sábado, 06, em um hotel-fazenda de Montes Claros.



- Deu meia-noite, deu uma hora, deu duas e nada de show... Tinha apenas um som mecânico. Foi quando subiu alguém no palco para dizer que não haveria mais nada, que já estavam desmontando a estrutura - relata a estudante.



Segundo ela, nenhuma das atrações anunciadas se apresentou no evento e ninguém da organização apareceu para dar explicações. Estava prevista, ainda, a apresentação da banda Seu Istylinga e do DJ Vinny.



- Não bastasse o ingresso a 20 reais, o local do evento era longe. Mas, independente do que gastei, o mínimo que esperava era uma satisfação por parte dos promotores da festa. Quero meu dinheiro de volta.



PROCESSO



O professor de línguas Halen Xavier também compareceu ao evento e afirma que, após horas de espera, houve revolta entre o público (cerca de 400 a 500 pessoas, segundo ele) e princípio de confusão.



- As pessoas rasgavam cartazes, jogavam cadeiras, mas não houve quebra-quebra porque um dos barraqueiros foi ao microfone dizer que eram terceirizados e que não tinham nada a ver com a história. Os seguranças já tinham ido embora. A banda Maskavo até veio, mas parece que o palco não havia sido liberado, por falta de pagamento - conta.



- Vou entrar com ação pedindo ressarcimento do ingresso e por danos morais - diz Halen, que tem como provas uma pulseira distribuída para quem entrava e um boletim de ocorrência registrado dois dias depois.



O QUE DIZ O PROCON



Segundo explica o chefe de atendimento do Procon – Programa de defesa do consumidor, Leonardo Duarte, melhor seria o registro de um BO no momento do flagrante. Porém, mesmo quem não guardou nenhum comprovante da compra de ingresso pode ainda buscar outros meios de provar a presença no evento, reunindo outras pessoas que compareceram para servir de testemunhas.



Segundo ele, quem se sentiu lesado pode entrar com ação na promotoria de justiça, pedindo devolução do valor pago e possíveis perdas.



Outros esclarecimentos podem ser obtidos diretamente no Procon, pelo fone (38) 3229-1579.



PONTO DE VENDA



Como a empresa responsável pela realização do evento não possui sede própria na cidade, algumas pessoas tentaram ontem, segunda-feira, reaver o dinheiro diretamente onde compraram o ingresso, a Karikatura confecções. O empresário Rodrigo Barezzi, proprietário da loja, disse a O NORTE que não tem qualquer ligação com a organização do evento.



- Servimos apenas como ponto de venda, nada mais - diz.



OUTRO LADO



O NORTE tentou insistentemente contato com a produção do show da Maskavo em Moc desde domingo, sem sucesso. Nesta segunda-feira, porém, a reportagem conseguiu falar com um dos organizadores do evento, que afirmou que estava reunindo documentos para levar à imprensa o que realmente aconteceu.



- Vou contar e você vai entender - disse, afirmando que retornaria a ligação ainda na tarde de segunda-feira, o que não aconteceu até o fechamento desta edição.

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