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Terça-Feira,23 de Dezembro

Bimotor provocou um leve estouro antes de entrar em queda livre

Jornal O Norte
Publicado em 19/01/2007 às 12:37.Atualizado em 15/11/2021 às 07:55.

As prováveis causas do acidente com o bimotor Baron, da Fretax Táx-Aéreo só serão conhecidas após a conclusão das investigações da Agência Nacional de Aviação Civil. Mas, antes mesmo da chegada do tenente-coronel Sangueiro, que estava no Rio de Janeiro e só chegou ao local do acidente às 12h30, O Norte recebeu a informação e confirmou a existência, a mais de um quilômetro de distância do local do sinistro, de várias partes da aeronave. Uma das peças, inclusive, pertencia à asa direita do bimotor.





O lavrador Nelsino Aparecido dos Reis, de 32 anos, foi quem levou nossa reportagem ao local onde se encontrava parte da asa. Distante outros quinhentos metros do local, outras três peças de menor porte, que não havia sequer sido identificadas pela perícia de Montes Claros, também estavam expostas sem nenhum cordão de isolamento o que pode – de acordo com os próprios policiais, dificultar as investigações.



DESCONTROLADA





Nelsino contou que estava roçando a manga da Fazenda Lajes quando percebeu que a aeronave estava descontrolada.





- Ocorreu um leve estouro e depois a fumaça envolveu o avião que rodopiou várias vezes antes de cair – explicou o lavrador, uma das poucas testemunhas oculares do acidente, lembrando que, infelizmente, a realidade imitou a ficção posto que, na novela Cobras e Lagartos, levado ao ar pela Rede Globo, o personagem Duda desapareceu HÁ mais de um ano depois justamente de ter sido vítima de um acidente aéreo em Bocaiúva.



 



PRESIDENTE DO AEROCLUBE DIZ QUE COMANDANTE ERA PILOTO PADRÃO



Há cinco anos presidente do Aeroclube de Montes Claros, Jorge Lúcio, antes da chegada dos peritos da Infraero, do Rio de Janeiro, foi à Bocaiúva para fazer o reconhecimento das vítimas do bimotor da Fretax Táxi Aéreo, de Belo Horizonte.






Jorge Lúcio: emoção ao identificar os corpos das vítimas (Foto:Manoel Freitas)






Jorge Lúcio se emocionou ao confirmar a identidade do piloto Tomaz Alencar Durães, com quem mantinha contato permanente e fazia vários vôos em parceria e do passageiro Luiz Carlos da Paixão, igualmente membro do Aeroclube de Montes Claros.





- Participamos de um churrasco no último sábado e foi muito difícil revê-lo nessa circunstância – disse o dirigente do aeroclube, se referindo ao piloto e explicando que, mesmo a despeito de ter apenas 25 anos de idade, o comandante da aeronave sinistrada era um piloto padrão.





Lembrou que Tomaz era, ainda, um excepcional piloto de ultra-leve, razão pela qual sua morte chocou profundamente os demais integrantes do aeroclube, com os quais praticava vôos semanais.



HIPÓTESES





Jorge Lúcio, que é também piloto, disse ao O Norte que, a despeito de as causas do acidente só serem apontadas após criteriosas análises dos peritos da Infraero, razão pela qual nenhuma hipótese pode ser descartada, é pouco provável que o acidente tenha ocorrido em função de uma pane estrutural ou mesmo choque com aves, posto não ter sido constatado na análise preliminar avarias nas asas e na hélice.





Por fim, lembrou que, apesar do forte impacto, as feições do piloto e de Luiz Carlos da Paixão foram preservadas.

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