Dor de ouvido, febre e tosse: sintomas que levaram a mãe, Leydiana, a levar Arthur Benício ao hospital (ANA CLARA VIEIRA/ ASCOM HC/DIVULGAÇÃO)
A queda acentuada na temperatura aumenta a incidência de doenças respiratórias nessa época do ano. A preocupação maior é com as crianças. A busca por atendimento em urgências e emergências pediátricas disparou. No Hospital das Clínicas Mario Ribeiro, a média é de 52 assistências pediátricas por dia. Neste mês de maio, subiu para 74.
Dor de ouvido, febre e tosse foram alguns dos sintomas apresentados por Arthur Benício, de 2 anos, o que fez a mãe Leydiana Gonçalves buscar o pronto socorro materno infantil de uma das maiores unidades de saúde de Montes Claros.
“Arthur não está dormindo à noite, a febre demora a passar. Levei em outra unidade de saúde, mas nem olharam para ele direito. Mesmo tomando a medicação os sintomas não cessaram. Resolvi então trazê-lo aqui no HC para atendimento especializado. Ele está tossindo bastante”, disse a mãe do garoto.
“É possível observar um aumento significativo relacionado a problemas respiratórios como asma grave, bronquiolite viral, bronquite e broncopneumonias, que podem ser atribuídos a baixa temperatura”, disse a diretora do Mario Ribeiro, Ana Paula Nascimento.
Nos consultórios particulares a demanda por assistência pediátrica chegou a aumentar cerca de 40%. A informação é do pediatra Carlos Lopo, que atende também no Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF). Segundo ele, gripes, resfriados, sinusites, rinites e pneumonias são as situações mais recorrentes do período.
O médico diz pontua que a alimentação vem mudando há algum tempo com aumento de gorduras e a quantidade de micronutrientes e vitaminas não foi preconizada. A introdução de saladas também não. Com isso, há uma baixa na qualidade da alimentação que por si só não é responsável pelas doenças, mas combinada a outros fatores, cria predisposição.
“A boa alimentação mantém a quantidade suficiente e necessária de nutrientes e vitaminas para a imunidade. Não necessariamente se a criança tomar friagem vai gripar, mas o frio predispõe a uma transmissão maior de vírus e bactérias”, explica o médico.
Preocupação
A engenheira Bruna Lima é mãe de duas meninas, uma de 4 anos e outra de 11 meses. A mais nova está gripada. “Levei à pediatra que a acompanha e ela indicou o remédio. Por causa delas, eu e o pai evitamos sair de casa”.
Sobre as soluções caseiras para lidar com doenças respiratórias, o médico Carlos Lopo diz que não se pode recorrer a todas as fórmulas ou misturas, mas procedimentos simples como ingestão de sopas, canjas e gargarejo com água e sal são medidas simples e bem-vindas.
“Falta de ar, ausência total de alimentação, febres sempre acima de 39 graus, bem como sinais de comprometimento respiratório, quando a criança apresenta esforço para respirar, são indicativos de que é hora de procurar um hospital. Nas crianças com menos de 5 anos, mais de 90% das infecções respiratórias são por vírus, ou seja, facilmente tratados nas unidades de saúde”.
Na Santa Casa, de acordo com a assessoria de comunicação, não foi registrado aumento significativo de atendimento. O Hospital Universitário Clemente de Faria trabalha na atualização de dados. Até o fechamento da edição a assessoria de Comunicação da Prefeitura de Montes Claros não havia informado dados sobre unidades de saúde do município.