No último fim de semana, os moradores de Montes Claros foram pegos de surpresa com o reajuste na tarifa do transporte coletivo. O novo valor, que entrou em vigor após publicação no Diário Oficial do Município na sexta-feira (14), subiu R$ 0,35 em relação ao anterior, gerando reações entre os usuários.
“Pode parecer pouco, mas pesa muito para gente que precisa de ônibus todo dia. Somando o trajeto que fiz no sábado, paguei R$ 1,05 a mais do que havia calculado. E o meu salário não aumentou a ponto de compensar esse custo”, lamenta Isabel Almeida, funcionária de um salão de beleza no bairro Independência.
Para a dona de casa Cátia Rodrigues, a insegurança não é gerada apenas pelo estado precário dos veículos. “Quase sempre os carros estão sujos e o mais preocupante é a velocidade com que os motoristas dirigem. Quando os ônibus estão cheios, as pessoas caem em cima da gente. Eles não parecem passar por treinamento. Não é porque é ônibus que temos que passar por isso. Estamos pagando, e muito caro”, diz, acrescentando, que tem usado cada vez menos o coletivo. “A diferença para um carro de aplicativo é mínima e o aplicativo nos deixa na porta. É mais seguro e mais confortável. O preço da passagem de ônibus é um desrespeito com a população. O serviço é ruim”, destaca.
DECRETO
O aumento da tarifa de transporte coletivo em Montes Claros, conforme o Decreto recentemente emitido, entrou em vigor de imediato. O Consórcio MOC BUS, encarregado do serviço, recebeu um prazo de 30 dias para a instalação de 20 novos abrigos para passageiros e a manutenção de outros 20 já existentes. Quanto à frota, está prevista a substituição de 34 veículos com mais de dez anos de uso até 30 de junho de 2025. O não cumprimento dessas obrigações pelo consórcio resultará na revisão do valor da tarifa, sendo a responsabilidade do recálculo atribuída à Empresa Municipal de Planejamento e Gestão de Trânsito (MCTrans), conforme estipulado no processo judicial de n.o 0433.09.286666-7.
Procurada pela reportagem, a MOC BUS contestou as informações da prefeitura e disse que as exigências contidas no Decreto não condizem com o que está estipulado em contrato, por isso, irá recorrer da decisão. “O nosso acordo com a Prefeitura foi diferente do exposto no decreto. O reajuste implica apenas no custo financeiro da prestação do nosso serviço ao município, assim, vamos acionar a justiça para rever as condições impostas”, informou João Neto, Gestor de Comunicação e Marketing do Consórcio MOC BUS.