Anny Muriel
Repórter
O número de laboratórios cresce cada vez mais em Montes Claros. São diversos estabelecimentos espalhados pelos quatro cantos da cidade. Para acompanhar de perto esta realidade, a reportagem de O NORTE esteve em duas unidades laboratoriais.
A primeira delas, o laboratório Santa Clara, realiza uma média de quatrocentos exames mensais. De acordo com a técnica em laboratório Alexandra Souza Pires, são oferecidos vários exames clínicos, dentre eles os parazitológicos, nos quais é feita análise de exames como os que detectam os vermes mais comuns em crianças, como é o caso dos enteróbios, giárdia, ancilostomídeos, larvas strongylóides e oxiure.
FOTOS XU MEDEIROS
A técnica Alexandra Pirez chama a atenção para
a importância do cuidados com a higiene infantil.
Segundo a acadêmica de Biomedicina Helen Mendes da Silva Leite, a contaminação pelos ovos ou cistos do parasita se dá através do contato da criança com ambiente sujo, falta de saneamento básico, falta de higiene na moradia, a ingestão de alimentos contaminados e a higiene diária da criança.
- É importante estar sempre lavando as mãos da criança antes de se alimentar, lavar as frutas e não dividir objetos pessoais, como as toalhas e utensílios. Enfim, são cuidados básicos, mas que, se não usados contribuem para que o parasita penetre até mesmo na pele da criança, causando dores intestinais e desconforto na região do ânus - afirma a biomédica.
Ainda de acordo com a profissional, cada verme tem um modo específico de ser tratado com vermífugo. Por isso, é necessário que a criança faça o exame de fezes, que detectará o tipo de parasita e qual o tratamento a ser feito - diz.
A biomédica cita ainda os vermes mais comuns nas crianças:
- O áscares, popularmente conhecido como lombriga, infecta os seres humanos, especialmente as crianças, aloja-se normalmente no intestino delgado e às vezes dirige-se para outras partes do corpo. Seu comprimento pode variar de 15 a 25 cm, podendo chegar a 40 cm. A lombriga, quando não tratada de forma correta, provoca a obstrução do intestino, o que faz com que a criança sinta fortes dores, e, não encontrando lugar para sair, dirige se para nariz e boca. É um microorganismo perigoso que pode levar à morte - afirma Helen Mendes.
O oxiure também é muito comum na infância. Este parasita cresce e se reproduz no interior do intestino da criança, geralmente contagiada em creches e escolinhas, onde tem o costume de levar as mãos sujas à boca, ou mesmo durante a noite, ao se deitar, uma vez que os ovos do parasita são transferidos da área em torno do ânus para as roupas, o que facilita a transmissão.
A cabeleireira Eliana Palhares teve que mudar totalmente os hábitos e redobrar a higiene na casa, ao constatar pelo exame de fezes que
seu filho mais novo, Davi Felipe Palhares, de três anos, estava com verme.
- Ele sempre gostou muito de brincar na terra, com areia e andar descalço. A princípio, pelos sintomas, até pensei que fosse intestino preso, pelo fato de ele quase não ir ao banheiro. Mas, no resultado do exame, constou o chamado verme oxiure, que causava muita coceira na região anal, o que o deixava enjoado. Hoje troco os forros de cama todos os dias, passo as roupas dele e ainda continuo medicando-o - diz.
Antes restritos a exames de sangue, fezes e urinas, laboratórios de Moc se capacitam para atender demanda sempre crescente e mais complexa.
A técnica Alexandra Pirez fala ainda do parasita ancilostomídeos, conhecido também como amarelão. Ele é transmitido através da penetração de larvas infectantes na pele do indivíduo em contato com ambientes propensos, principalmente o solo, contendo fezes contaminadas por ovos que desenvolvem as larvas.
- Não é que a criança não possa ter contato com a terra ou areia que ela gosta de brincar, mas, todo cuidado higiênico após este contato ajuda na prevenção destas doenças. É até saudável a criança ter contato com estes ambientes, porque acaba criando uma certa resistência com os anticorpos. O que não pode é descuidar da higiene - afirma.
Dona Maria da Paixão sabe como é isto, pois seus filhos costumam brincar com outras crianças, outros ambientes, e principalmente na areia:
- Desde pequenos eu sempre tive o hábito de dar para eles a garrafada de mastruz com leite. Quando vejo que o verme ataca mesmo, dou um licor de cacau xavier ou outro que o médico receitar. Mas, nem por isso os impeço de brincar na areia. No mais, é só procurar um laboratório para ver se realmente é verme. É bem mais rápido e prático, porque se esperar para fazer pelo Sus - Sistema único de saúde, demora demais para conseguir e saber o resultado - diz.
O laboratório Medminas, por sua vez, segundo visitado pela reportagem, oferece, entre outros, exames como prevenção do colo uterino (citopatológico), anatomopatológico, que visa a realização de biópsias de fragmentos de várias partes do corpo, além do exame de imunoistoquímica, direcionado àqueles pacientes em tratamento com câncer a fim de que possam iniciar a quimioterapia.
A gerente administrativa Ivanilde Lopes Barbosa afirma que o laboratório atua há oito anos no mercado e atende em média mil pacientes por mês.
- A unidade possui convênios com diversas empresas da cidade, o que permite maior reconhecimento e credibilidade junto aos pacientes. Nossa equipe é composta por quatro profissionais médicos patologistas, que são responsáveis pelas análises laboratoriais - afirma.
A Medminas oferece ainda exames como PAAF - Punção aspirativa por agulha fina, no qual é colhido material da tireóide.
Segundo a gerente, os preços dos exames variam, a partir de R$ 30.