Montes Claros tem uma Associação dos fotógrafos Profissionais. No entanto, Carlos Alves, diretor social da entidade pede mais união da classe
Samuel Nunes
Repórter
samuelnunes@onorte.net
- Fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração.
Com essas palavras, do considerado pai do telejornalismo Henry Cartier Bresson, o fotógrafo montes-clarense, Carlos Alves, que está no ramo há mais de 30 anos definiu a importância da profissão de fotógrafo. Demonstrando otimismo quanto ao futuro da profissão e, sobretudo, amor pelo que faz, ele menciona a importância do Dia Nacional do Fotógrafo, comemorado ontem, 08 de janeiro.
Carlos Alves: - Penso que mais do que comemorar a data, nós devíamos era diminuir a distância entre os fotógrafos de Montes Claros (Foto:Wilson Medeiros)
Em Montes Claros, de acordo com Carlos Alves, que é diretor social da – Asfop - Associação dos fotógrafos profissionais de Montes Claros, na cidade existem atualmente 80 profissionais filiados à entidade. No entanto, aproximadamente 30 fotógrafos participam de maneira assídua da associação, fundada na década de 80 e que realiza duas reuniões mensais tendo como pauta discussões relacionadas à atividade.
– Penso que mais do que comemorar a data, nós temos é que ser mais unidos, pois o distanciamento da classe é muito grande. Quando existir mais colaboração entre os profissionais, independentemente de disputa do mercado, quem vai ganhar é a própria classe.
Ele afirma que no mês de fevereiro acontece a posse da nova diretoria da Associação dos fotógrafos profissionais de Montes Claros que tem como presidente Valdemir Alves e Vicente Silva como vice-presidente.
DIVISOR DE ÁGUAS
Segundo Carlos Alves, a profissão de fotógrafo pode ser explicada no antes e no depois da fotografia digital.
– A vinda da fotografia digital foi um avanço para a nossa profissão, uma vez que nos deu mais condições de crescermos. Ela exige um conhecimento maior, pois está sempre evoluindo, e esse conhecimento tem que ser mais apurado e consequentemente trazer mais qualidade ao trabalho. No entanto, se o profissional não tiver esse conhecimento, ele pode colocar tudo a perder.
Mostrando afinidade ao manusear a máquina fotográfica, Carlos Alves afirma que quando no oficio ele não vê o tempo passar, tendo em vista o seu amor pela profissão que escolheu.3
– Eu nasci fotógrafo e vou morrer fotógrafo – diz, acrescentando que o seu trabalho é comparado ao de um artista que pinta o quadro e depois expõe a sua arte.
Sobre algum nome importante da pintura em que ele geralmente se inspira para desenvolver o seu trabalho, Carlos Alves aponta os de Marcos Andreoni e Camila Buthe. Ele explica que os dois profissionais são mais voltados para a fotografia social, como, por exemplo, casamento. Já Sebastião Salgado, ícone da fotografia brasileira é outra inspiração do fotografo montes-clarense.
- Sebastião Salgado tem uma fotografia mais do cotidiano e de fatos simultâneos. O dia a dia da nossa profissão é uma escola. Eu, por exemplo, não vejo o tempo passar. Sempre procuro me atualizar através de pesquisas na internet e na leitura de livros voltados para a fotografia. Participo ainda de cursos de aperfeiçoamento em grandes centros como São Paulo e Belo Horizonte. Aproveito a oportunidade e dou os parabéns a todos os fotógrafos - conclui.