Fabíola Cangussu
Repórter
Ainda é difícil notar, mas o índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) recuou para 0,77% no fim de junho após situar-se em 0,89% na terceira medição do mês. Registrando a terceira desaceleração consecutiva.
Segundo dados da Fundação Getulio Vargas a inflação parece estar perdendo força. A alta de preços continua, mas agora em ritmo menor. A inflação se mantém, sendo puxada principalmente pela subida dos preços dos alimentos, aço e petróleo. O preço destas commodities continua impulsionando a inflação no país e no resto do mundo.
- Mesmo com a manutenção da elevação dos preços, ainda temos o que comemorar. A expectativa de inflação para o ano é 6,5%,, ainda está dentro do limite tolerável. O fato de o país estar conseguindo segurar seus preços, é motivos sim, de comemoração. Vale lembrar que somente Brasil e Canadá estão conseguindo cumprir suas metas de inflação para o ano – comenta o economista Egídio Nascimento.
- É importante ressaltar que um dos motivos que também vêm contribuindo para a inflação no país é a demanda fortemente aquecida. Porém, também neste ponto, o governo parece ter acertado a mão no combate a alta de preços. O aumento do IOF, no início do ano vem contribuindo para desaquecimento do crédito no país e enfraquecendo a pressão que o excesso de demanda vinha mantendo sobre a oferta. O anúncio de cortes no orçamento reduziu um pouco o crescimento dos gastos públicos no ano, demonstrando que o país compreendeu a situação deflagrada na economia e que já era hora de pisar o pé no freio e segurar um pouco os gastos do governo – aprova o especialista.
O economista diz que o posicionamento independente do Banco Central neste período é outro fator importante no enfrentamento da alta generalizada dos preços. .
- A manutenção das bases da política econômica com regime de metas para a inflação, contas públicas sobre controle, endividamento em queda e câmbio relativamente flutuante, devem ser suficientes para permanecermos em situação confortável frente a alta de preços mundial. Acredito que essa alta se mantendo, mesmo que agora em ritmo menor, podemos esperar novo aumento da taxa básica de juros pelo BACEN, mas isto também já era previsto. Devemos terminar o ano com uma taxa em torno de 14%a.a. Mas precisamos saber que está tudo sobre controle. Basta cada um dos agentes continuarem cumprindo o que já estão fazendo – analisa Egídio.
Pelas previsões dos especialistas, a própria elevação dos preços também vai contribuir para conter o excesso demanda hoje existente.
- O que pode haver de negativo nos próximos meses, é um desaquecimento da economia com conseqüências na contratação de mão de obra, e ou, demissões em alguns setores, mas, esta segunda hipótese é bem pouco provável, já que, a economia nacional esta aquecida. Então o saldo negativo seria apenas a redução nas contratações – pondera o economista.
Em Montes Claros o que mais pesa no bolso do trabalhador continua sendo a cesta básica, com uma variação de 2,2% em relação ao período anterior, o que representa cerca de 48,92% do salário mínimo.
As metas do governo para o próximo ano é que a meta inflacionária caia ainda mais, sendo 4,8% em 2009 e de 4,5% em 2010.