Samuel Nunes
Repórter
O termo câncer é utilizado genericamente para representar um conjunto de mais de 100 doenças, incluindo tumores malignos de diferentes localizações. Segundo o Ministério da Saúde, desde 2003, as neoplasias malignas constituem-se na segunda causa de morte na população, representando quase 17% dos óbitos de causa conhecida, notificados em 2007 no Sistema de Informações sobre Mortalidade.
A reportagem de O Norte conversou sobre o assunto na tarde da última quarta-feira, 15, com a oncologista Rosiana Soraya Ferreira, da Fundação Dílson de Quadros Godinho, médica também no hospital universitário Clemente de Faria e professora no curso de medicina da Funorte. Ela cita alguns fatores que são preponderantes para o surgimento de câncer como dieta - 35%, tabaco- 30%, infecção-10%, ocupacional -4%, álcool- 3%, poluição- 2% fatores geofísicos -3% e medicamentos 1%.
Rosiana Soraya Ferreira: Alimentação é responsável
por 35% dos casos cancerígenos
A oncologista Rosiana afirma ainda que os tumores mais comuns são da próstata 15%, câncer de colo uterino – 9%, doenças hematológicas como por exemplo, leucemia - 9%, câncer de mama- 8,5% e câncer de estômago – 7%.
Segundo ela a faixa-etária do câncer é na população entre 40 - e 60 anos de idade. Destaca a existência de uma equipe multidisciplinar na Fundação Dílson de Quadros Godinho formada por radioterapia, quimioterapia e hematologia e 98% dos pacientes atendidos no hospital são oriundos de Montes Claros e outras cidades do norte do estado como Bocaiúva, Francisco Dumont, Engenheiro Navarro e Claros dos Poções, outros 2% são pacientes de outros estados.
A oncologista diz que o crescimento desordenado de células cancerosas pode invadir os tecidos e órgãos, podendo disseminar para outras regiões do corpo.
- O câncer é uma doença que tem característica multifatorial. Cada órgão do corpo humano tem um fator de risco para esta doença, portanto, alguns cuidados devem ser tomados para se proteger do câncer como parar de fumar, evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e exposição prolongada a luz solar, realizar diariamente a higiene oral, consultar o dentista regularmente e fazer uso de uma alimentação saudável baseada mais em mais frutas, legumes, verduras, cereais e menos alimentos gordurosos – observa.
Rosiana lembra que a atividade física diminuiu o risco de câncer colorretal e mama e ainda previne a obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Quanto ao fator hereditariedade para uma pessoa contrair câncer, a oncologista revela que apenas 10% dos casos isto é possível.
RADIOGRAFIA DO CÂNCER
O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando um aumento por ano de 2% na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados está associado ao consumo de derivados de tabaco (leia mais em Tabagismo). No Brasil, o câncer de pulmão foi responsável por 14.715 óbitos em 2000, sendo o tipo de câncer que mais fez vítimas. O câncer de pulmão, do ponto de vista anatomo-patológico, é classificado em dois tipos principais:
1) Pequenas células
2) Não-pequenas células (85%)
Do ponto de vista terapêutico existem três alternativas: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Estes métodos podem ser associados para obter o melhor resultado. Tumores restritos ao pulmão devem ser operados e removidos – estágios I e II, com chance de cura de até 75%. Nos outros estágios, uma associação de quimio e radioterapia, com eventual resgate cirúrgico, é a abordagem que mostra os melhores resultados, com uma chance de cura de 30%.