A produção científica desenvolvida pela Universidade estadual de Montes Claros se destaca também em nível internacional. É o que ficou constatado durante o III Congresso luso-brasileiro de Medicina de família e da comunidade, realizado no final de setembro, em Estoril (Portugal).
Projeto de pesquisa abordando a importância do incentivo ao aleitamento materno nas unidades básicas, coordenado pelo professor Antônio Prates Caldeira, conquistou o primeiro lugar geral entre os trabalhos apresentados. Paralelamente a este evento foi realizado o Congresso internacional de atenção primária.
De acordo com o autor – que é professor do Departamento da saúde da mulher e da criança, vinculado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Unimontes -, a grande conquista alcançada pelo estudo foi constatar o aumento do número (médio) de dias no período de amamentação de crianças entre zero e seis meses.
- No início dos trabalhos, medimos o índice de aleitamento materno, em geral de 100 dias. Ao final da pesquisa, essa média chegou a 128 dias, comprovando a eficácia dos métodos adotados em nosso estudo - explicou o professor Antônio Prates Caldeira.
MÃES
Ele observa que muitas mães ainda desconhecem as melhores e mais eficazes técnicas de amamentação ou mesmo contornar problemas como fissuras em mamilos, ingurgitamento ou ducto bloqueado (leite empedrado) e, por isso, acabam suspendendo o aleitamento antes do período ideal, substituindo-o por outro tipo de produto.
- Isso, de fato, pode comprometer a saúde da criança. Então, o nosso estudo foi para buscar uma maneira prática de orientar as lactantes para superar essas dificuldades e criar a cultura do agente multiplicador, indispensável para orientar toda a comunidade sobre o benefício da amamentação nos primeiros meses de vida - assinala o pesquisador.
O ESTUDO
Desenvolvido ao longo de 12 meses, entre 2006/2007, o estudo foi financiado pelo Programa de Pesquisas para o Sistema Único de Saúde (PPSUS), contando com a participação de uma equipe multiprofissional formada por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, além de dois acadêmicos (bolsistas de iniciação científica).
Nesse período, foram realizados cursos de imersão e capacitação em aleitamento materno para médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários que integram 10 equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) em Montes Claros.
E para efeito comparativo, outras dez equipes do PSF não cumpriram o curso, mas foram acompanhadas pelos pesquisadores, de forma a estabelecer um paralelo ao final dos trabalhos sobre a influência da capacitação nas ações junto às mães em amamentação.
Na avaliação do professor Antônio Prates Caldeira, o método pode ser aplicado em nível nacional, através do SUS, beneficiando principalmente a comunidade atendida pelo PSF. (Com informações Ascom)