Samuel Nunes
Repórter
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As igrejas adventistas do sétimo de toda a América do Sul estão desenvolvendo um importante projeto social que visa salvar vidas. O nome do projeto, que inclusive já começou em Montes Claros, chama-se Mais vida e pretende alcançar 100 mil doadores em todo o continente.
O autônomo José Ademilson Ferreira Almeida, doador-símbolo do projeto
Em entrevista a O Norte, o pastor da igreja Adventista do 7º dia em Moc, Fábio Lúcio Rento Dias, diz que o nome do projeto leva esse nome em virtude de ser realizado no período da páscoa para os cristãos e que, historicamente, lembra a morte de Jesus Cristo. De acordo com o pastor Fábio, esse projeto começou em 2005, no Rio Grande do Sul, onde grupos de jovens decidiram realizar um ato solidário no período da páscoa. Em vez da troca de chocolates, eles preferiram mobilizar amigos para doação de sangue.
Segundo Fábio, a administração da igreja adventista percebeu que esse seria um bom projeto para ser feito em nível nacional. Esse projeto tem uma equipe considerável em números, uma vez que está presente em toda a América do Sul. No caso de Moc, cerca de 20 pessoas estão envolvidas na organização do projeto na cidade, que conta com equipes de divulgação, cadastro e material audiovisual. Ainda de acordo com o pastor Fábio, todas as 22 igrejas adventistas da cidade, totalizando aproximadamente três mil pessoas, estão envolvidas de maneira consistente nesse projeto.
O pastor ressalta que as faculdades, empresas e a prefeitura estão participando do Mais vida e que, no caso das faculdades, nos próximos dias contatos serão feitos no sentido de buscar apoio da classe acadêmica para doar sangue ao projeto. A expectativa dos pastores Fábio Lúcio e Almir Paulo de Souza, que também coordena igrejas adventistas na cidade, é de que cerca de 60 pessoas passem diariamente no Hemocentro, para doar sangue nas próximas semanas. O objetivo do programa é criar uma conscientização nas pessoas para que elas possam doar não apenas nesse período que antecede a páscoa, mas que possam se tornar doadores definitivamente. Lembrando que a capacidade máxima de atendimento no Hemocentro é de 120 pessoas por dia, durante o projeto aquele instituição vai funcionar durante oito dias úteis, no entanto, o Mais Vida vai ser lançado de forma oficial a partir de 1º de abril e as primeiras doações acontecem no dia 03 do próximo mês, até dia 13. No dia 15 de abril acontece uma caminhada partindo da Praça Dr.
Carlos, atravessando o Centro da cidade e com chegada ao pátio da prefeitura.
José Ademilson Ferreira Almeida, autônomo, se tornou o símbolo desse projeto em Montes Claros uma vez que ele foi o primeiro doador cadastrado pelo programa Mais vida na cidade. Ele diz que sente orgulho de participar do projeto da igreja adventista. Na sua opinião, esse ato pode salvar vidas.
O pastor Almir salienta ainda que esse é um programa que acontece na semana santa, período em que as pessoas refletem o sacrifício feito por Jesus Cristo na cruz do calvário. Ele entende que o ato de a pessoa ir até o Hemocentro doar sangue, de certa forma, demonstra que essa pessoa está doando um pouco de si em favor dos outros. O pastor Almir acrescenta que o projeto Mais vida é uma forma de a igreja adventista mostrar para a sociedade que está atenta às questões sociais da comunidade.
REUNIÃO DE PLANEJAMENTO
Em reunião realizada na manhã de segunda-feira, 27, no Hemocentro, entre os pastores Almir e Fábio e ainda o médico Marcelo Guimarães, coordenador do Hemocentro, e Hildenice Brandão de Oliveira, chefe do setor de captação, ficou definido, que através desse projeto, serão coletadas 500 bolsas de sangue nas duas semanas de trabalho. Mas eles esperam alcançar um número maior ainda. Nessa reunião ficou definido ainda que o Hemocentro vai receber pessoas que já estão sendo cadastradas pelos organizadores do projeto em Moc.
As bolsas de sangue serão coletadas até o dia 13 de abril, e no sábado, 15, vai acontecer no pátio da prefeitura uma grande concentração, com a participação de representantes do Hemocentro, comunidade adventista e autoridades do município. De acordo com Marcelo Guimarães, é preciso que a sociedade possa ter a sua cultura transformada no que se refere à doação de sangue. Para ele é importante que tabus e mitos, como quem doa sangue uma vez tem que doar sempre e tantos outros possam ser quebrados, e que o cidadão possa com isso acreditar na importância desse ato que não vai trazer transtornos para ele. Ainda de acordo com Marcelo, o projeto Mais vida tem um diferencial se comparado aos outros, ele entende que esta diferença está relacionada na sua abrangência, que é atingir não só a cidade, mas toda a América do Sul.
Conheça mais sobre o projeto Mais Vida acessando www.projetomaisvida.com.br.