Ação da Cemig contra ‘gatos’ prevê visita a 250 unidades

Mutirão pretende inibir ligações clandestinas e irregulares de energia elétrica, além do corte diário de cerca de 800 pontos de fornecimento considerados inadimplentes

Leo Queiroz
Publicado em 03/07/2019 às 06:45.Atualizado em 05/09/2021 às 19:22.
 (DIVULGAÇÃO CEMIG)
(DIVULGAÇÃO CEMIG)

Um mutirão de inspeção e cortes para corrigir ligações de energia com possíveis irregularidades, os populares “gatos”, foi iniciado nesta semana pela Cemig.

Os alvos das inspeções são locais com grande variação de consumo e, de acordo com a empresa, devem alcançar cerca de 250 unidades consumidoras, além de realizar cerca de 800 cortes diários por inadimplência. Durante as inspeções, os equipamentos suspeitos de irregularidades são retirados e levados para perícia no laboratório da empresa.

Segundo o gerente de Medições de Energia e Combate às Perdas Comerciais da Cemig, Rafael Pimenta Filho, a concessionária tem um prejuízo anual de R$ 300 milhões com ligações irregulares e clandestinas. “Além de preservar a segurança da população e coibir esse tipo de crime, a diminuição das perdas decorrentes das ligações irregulares reflete diretamente na tarifa de energia, pois energia furtada é considerada na composição da tarifa”, afirma.

Ainda de acordo com ele, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% menor se não existissem ligações irregulares e clandestinas. “O prejuízo é rateado entre a Cemig e consumidores adimplentes, encarecendo a tarifa para aqueles que usam energia de maneira honesta”, esclarece.

Conforme Rafael, se forem confirmadas as irregularidades, os infratores podem responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal, que prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcimento de toda a energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa. A prática também pode ocasionar acidentes fatais, além de incêndios e danos à rede elétrica.

“Além da sobrecarga da rede elétrica, as ligações irregulares podem causar graves acidentes e danos aos equipamentos elétricos e queda na qualidade da energia, devido às constantes interrupções no sistema elétrico provocadas pela sobrecarga gerada pelo consumo irregular. Vale lembrar que várias ocorrências de rompimento de fios e queima de transformadores são registradas em decorrência dessa prática criminosa”, afirmou.
 
BANDEIRA AMARELA
Na última sexta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que as contas de luz vão ser impactadas pela bandeira amarela neste mês, com taxa extra de R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora consumidos (kWh). Em junho, as tarifas estavam com a bandeira verde, sem custo adicional.

“Julho é mês típico da estação seca nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN). A previsão hidrológica para o mês sinaliza vazões abaixo da média histórica e tendência de redução dos níveis dos principais reservatórios”, apontou a Aneel.

No sistema de bandeiras tarifárias, a verde não tem cobrança de taxa extra. Na amarela, a taxa extra é de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos. No primeiro nível da bandeira vermelha, o adicional é de R$ 4,00 a cada 100 kWh. E no segundo nível da bandeira vermelha, a cobrança é de R$ 6,00 a cada 100 kWh.
 

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