A tecnologia piora ou melhora a memória?

Jornal O Norte
Publicado em 17/01/2011 às 18:25.Atualizado em 15/11/2021 às 17:20.

A tecnologia piora ou melhora a memória? Este é um dos assuntos que serão abordados na palestra Leitura Dinâmica e Memorização, realizada em Montes Claros, nesta segunda-feira (17/01), no Automóvel Clube.



Divulgação





Segundo Alessi, a evolução tecnológica dos eletrônicos portáteis está mudando os nossos hábitos


 



A palestra foi ministrada pelo jornalista Mauro Alessi, um dos maiores especialistas na metodologia da leitura dinâmica, memória e concentração do país, há 20 anos no mercado, com experiência docente de mais de mil turmas, totalizando cerca de 70 mil pessoas treinadas nas principais cidades brasileiras.





Com relação à tecnologia piorar ou melhorar a memória, afirma Alessi.





- É inegável que a evolução tecnológica dos eletrônicos portáteis está mudando os nossos hábitos. Desde a invenção do telefone celular, por exemplo, já não usamos mais a memória como antes – explica.





Segundo Alessi, com essa tecnologia do equipamento comunicador portátil vieram também os acessórios visando “facilitar” a vida, como agendas eletrônicas e de compromissos,  alarmes, entre outros.





- Por um lado, essa tecnologia tem tornado o nosso dia a dia bem tranqüilo, não se precisando pensar muito para ter acesso rápido às informações, mas de outro lado, está tornando a nossa memória preguiçosa e ociosa. Uma confirmação do que afirmo é fácil de ser buscada. Basta lembrar, isso pra quem já viveu antes do telefone celular, de como era a memória. Lembrávamos de muitos números telefônicos, havia pessoas que possuíam centenas de números memorizados e conseguiam se lembrar deles em uma velocidade até maior que a dos atuais celulares.





Para Alessi, hoje, essa mesma pessoa que possuía memória excelente para números, não consegue sequer, lembrar de meia dúzia de telefones.





- Não é difícil encontrarmos atualmente pessoas que não sabem o próprio número do seu celular, precisando recorrer ao aparelho para informar todos os seus dados.








EVOLUÇÃO





Eu tenho tanto medo dessa evolução, que não me assustarei, se no futuro alguém esquecer o próprio nome... Esse mesmo fenômeno de mudança cultural da memória foi observado no passado com o advento da calculadora. As pessoas mais velhas contam que antes da maquininha, conseguiam fazer contas enormes de “cabeça”, com agilidade e precisão. Atualmente, viciadas na calculadora, não conseguem fazer direito nem mesmo simples adições e subtrações.  





Com as novas gerações já nascendo com a calculadora encorpada no dia a dia, no comércio em geral, até trocos simples, são calculados eletronicamente, transformando o profissional que trabalha no caixa, num mero transmissor de informações elaboradas pelo sistema de informática do estabelecimento.





- Várias vezes vi caixas digitando R$10,00 para subtrair R$9,00. Uma aberração – observa Alessi.





Diante desse quadro, surge aquela dúvida: a tecnologia piora ou melhora a nossa memória?





- Infelizmente a resposta é negativa. A tecnologia torna a nossa memória preguiçosa, pois sabendo que não há necessidade de processar a informação, o nosso cérebro prefere ficar inerte e não é ativado.





Tecnicamente falando, sabemos que a ciência médica acredita que a memória humana funciona como se fosse um músculo. Precisa estar funcionando o tempo todo. Como um braço, se não há movimentação constante, a musculatura é atrofiada – esclarece.








MEMÓRIA





Segundo o jornalista, a memória é a mesma coisa, se não for ativada o tempo todo, começa a se acomodar e não funcionar efetivamente como antes.





- Assim, o que posso fazer para não embarcar integralmente nos efeitos colaterais da tecnologia? Procure não ficar totalmente dependente dela. Nos casos que dispensam calculadora, como contas matemáticas simples, procure colocar a “cachola” para funcionar, mentalmente fazendo as contas. Já com relação a compromissos e telefones, procure depender o mínimo possível do celular.

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