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72 toneladas de lixo são retiradas de pontos irregulares

Destinação incorreta é “prato cheio” para proliferação de mosquitos, alerta especialista

Alexandre Fonseca
Publicado em 06/03/2023 às 22:14.
Tanto especialista, quanto a prefeitura, alertam população para cooperar (André Júnior)

Tanto especialista, quanto a prefeitura, alertam população para cooperar (André Júnior)

A saúde dos montes-clarenses tem sido abalada pelos impactos das arboviroses; as doenças virais transmitidas por mosquitos, como a dengue e a Chikungunya. Somente na última semana, com o intuito de coibir a proliferação desses insetos, a prefeitura de MOC retirou cerca de 72 toneladas de lixo apenas no Bairro Ibituruna, região do Parque Guimarães Rosa.

Moradora do bairro Panorama, próximo ao Ibituruna, a professora de português, Cleia Cardoso, relata que é rotineiro o descarte irregular de lixo por parte da população, principalmente, devido a região possuir muitos lotes vagos; o que aumentou a presença de mosquitos em sua residência. “Descartam todo tipo de material, entulho, material de construção, móveis, tudo que você pensar as pessoas descartam nessa região. Às vezes, chegam pessoas de moto, carro, carroças e descartam. É horrível!” relata a professora. 

“Aedes aegypti é o vetor principal dos vírus chikungunya, zika e febre amarela urbana no Brasil e vetor mundial do vírus da dengue. Esta espécie tem como sítios de oviposição pequenos reservatórios artificiais onde pode acumular água, desde tampa de garrafa pet e copos descartáveis até caixas d’água e piscinas. Isso só é possível, principalmente, devido a resistência de seus ovos, que podem sobreviver por 1 ano num local seco, algo bastante comum em Montes Claros, e quando este local recebe água, podem eclodir e originar novos adultos em alta abundância” comenta o mestre em ciências biológicas e especialista em ecologia de mosquitos, Guilherme Antunes Souza. 

Destino correto 
Ainda de acordo com Souza, o acumulo de lixo é um “prato cheio” para a multiplicação de mosquitos e o descarte em locais corretos por parte da população é um fator indispensável no combate dessa endemia. “O fato do Aedes aegypti ser um mosquito restrito ao ambiente urbano e usar recipientes artificiais para colocar seus ovos, torna áreas com lixo importantes para proliferação desses insetos. Isso está diretamente ligado à vulnerabilidade social, uma vez que, localidades com baixas condições de saneamento, por exemplo, possuem mais casos de dengue. Além disso, fatores relacionados às mudanças climáticas, poluição e desastres ambientais podem elevar a exposição das pessoas a esses insetos, dando origem a surtos e até mesmo epidemias de dengue, por exemplo” explica Souza. 

De acordo com a prefeitura, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos (SSU), o trabalho de limpeza é realizado rotineiramente em toda a cidade para impedir a proliferação de animais peçonhentos, mau cheiro e focos dos mosquitos. O vice-prefeito e secretário do SSU MOC, Guilherme Guimarães, pede a colaboração da população na hora de contratar os carroceiros, escolhendo apenas aqueles que fazem o descarte nos Centros de Apoio Simplificado ao Carroceiro (CASCO).

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