Cidade

‘1º de Maio’ sem conquistas efetivas

Data é homenagem a trabalhadores que lutaram por direitos como a redução de jornada

Larissa Durães
28/04/2023 às 22:12.
Atualizado em 28/04/2023 às 22:13
Montes Claros tem, segundo IBGE, 93.434 mil trabalhadores formais (Larissa Durães)

Montes Claros tem, segundo IBGE, 93.434 mil trabalhadores formais (Larissa Durães)

Montes Claros conta com 93.434 mil trabalhadores formais atuando nos diversos setores da economia, conforme mostra o último balanço do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas os trabalhadores informais são em número considerável, na maior cidade do Norte de Minas.  

Segundo o advogado trabalhista, José Dutra Filho, isso se dá por ser o Norte do Estado uma região pobre. “São trabalhadores não têm um registro na carteira de trabalho, com prejuízo tanto nas questões trabalhistas, como em seus direitos que não são respeitados. Não tem férias, não tem décimo terceiro e quando chegar o momento de aposentar terão, prejuízo na carteira”, lamenta. 
 
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A diminuição de direito é algo que incomoda também a assessora de imprensa, Alana Costa, que pontua ser difícil comemorar o Dia do Trabalhador sem se lamentar. “Acredito que, apesar dos direitos conquistados com muita luta ao longo dos anos e de ser extremamente importante para todas as esferas da sociedade, quem integra a classe trabalhadora no Brasil, ainda não tem a devida valorização, o que só piorou com as mudanças na lei da terceirização de serviços”. Ela vê com desânimo, o fato de desde 2017, qualquer trabalho dos mais diversos setores de uma empresa poderem ser terceirizados, acarretou muitas demissões dos trabalhadores formais e estes passaram a ser contratados como Pessoa Jurídica (PJ) cumprindo mesmas funções, com salários iguais e sem nenhum benefício. 

Em MOC existe, ainda, de acordo com o último censo do IBGE de 2020, 10 mil trabalhadores rurais. Para estes, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Montes Claros, Marina de Cássia Ferreira Silva, pede mais atenção por parte dos políticos, pois, de acordo com ela, “ser trabalhador rural é muito sofrido. Somos sempre esquecidos ou deixados para depois, e a gente espera que sejamos mais valorizados, pois, se a roça não planta, a cidade não janta”, enfatiza. 

Ela acredita que mais políticas públicas, com acesso facilitado a estas, fariam grande diferença na qualidade de vida dos trabalhadores do campo. Ela cobra ainda, estradas vicinais melhores, para que os trabalhadores rurais consigam escoar as suas mercadorias, “para vendermos o que produzimos com o nosso trabalho”. 
 
INSTITUIÇÃO DIA DO TRABALHO
Comemorado no primeiro dia de maio, o Dia do Trabalhador é conhecido em grande parte do mundo como uma homenagem aos trabalhadores. Segundo Dutra Filho, os movimentos que geraram a data estão vinculados a redução da jornada de trabalho que eram muito extensas e ultrapassavam as 13 horas diárias e a partir do movimento foram reduzidas a oito horas diárias. “Foi necessário para a saúde e segurança no trabalhador, porque assim, possibilita que ele descanse fisicamente e mentalmente para retornar ao trabalho e ter qualidade de vida”, destaca. 

Além desta conquista, outra que o advogado pontua é o fortalecimento que foi dado aos sindicatos dos trabalhadores, nas negociações coletivas com os sindicatos que representam os patrões. 

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