Trabalho em rede em defesa da mulher

Evento debate importância da criação de Procuradoria Itinerante; anteprojeto está pronto para entrar em pauta

Márcia Vieira
Montes Claros
09/06/2018 às 07:07.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:30
 (LEONARDO QUEIROZ)

(LEONARDO QUEIROZ)

Montes Claros poderá ter sua própria Procuradoria da Mulher. A proposta de criar o serviço está em um anteprojeto pronto para entrar em pauta na Câmara Municipal. A iniciativa é da vereadora Edneia Santos Silva (Néia do Criança Feliz).

Para fomentar a participação das mulheres na política e apresentar o programa da Procuradoria Itinerante, a deputada federal Raquel Muniz promoveu um debate na Câmara de Montes Claros com representantes de órgãos de segurança e palestrantes. 

Para a parlamentar, a presença da procuradoria no interior tende a encorajar as mulheres a denunciar a violência doméstica. O serviço também pode dar o suporte de que elas precisam a partir do trabalho em rede.

“Quando chega a virar um problema jurídico é porque não foi sanado um problema anterior. A procuradoria da mulher vai fortalecer o que já é muito bem feito pela delegacia, promotoria e defensorias aqui em Montes Claros. São ações conjuntas. Levamos a ideia para as diversas câmaras e a vereadora Néia teve a iniciativa de pegar para Montes Claros”, disse a deputada, que pretende ampliar o debate em outros municípios. 

Valéria Costa, representante da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, em Brasília, revela que há um esforço em torno da criação da procuradoria e que oito estados já aderiram à proposta. Em outros, o processo está em tramitação.

“A situação modifica o regimento interno da casa, então a procuradora e as adjuntas, no caso, as vereadoras, têm que ser eleitas. Mesmo com a mudança de legislatura, o trabalho permanece. Assim que for aprovada (a criação da Procuradoria), é imediatamente publicado e já começa a funcionar com uma pequena estrutura dentro da própria Câmara”, explicou.
 
DEFESA PESSOAL
Um dos pontos altos do evento foi a palestra da lutadora de jiu-jítsu Erika Paes, que fez demonstrações de técnicas simples de defesa pessoal. 

Ela desenvolve trabalho na Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres e é membro do Departamento de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher da Presidência da República. “Estamos munindo essas mulheres de técnicas para que garantam o mínimo da sua integridade física. Tenho alunas que conseguiram evitar o feminicídio”, diz. 

Emocionante foi o depoimento da vendedora Suely de Cássia Ferreira, por dois anos vítima de violência doméstica e sexual praticada por um namorado. Mãe de três filhos, Suely teve que mudar de casa dez vezes para fugir do ex-companheiro, que só foi preso após desrespeitar sete medidas protetivas obtidas por Suely. “Não sejam vítimas para sempre. Denunciem. Quem tem que ter vergonha é o agressor. Consegui me livrar dele e da violência e hoje sou uma mulher feliz”.

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