Sujeira e problema à vista no Cintra

Grande quantidade de entulho jogada às margens do canal anuncia riscos de inundação com as chuvas

Manoel Freitas
O Norte - Montes Claros
27/09/2018 às 06:10.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:40
 (Manoel Freitas)

(Manoel Freitas)

Terrenos usados como depósitos para o descarte irregular de lixo e entulho são comuns em Montes Claros. Mas um desses pontos de bota-fora está prestes a causar um problema muito maior para a cidade. Matéria orgânica e restos de material de construção estão à beira do leito do canal do Cintra, com enorme risco de caírem no córrego.

Entre os diversos itens descartados estão vaso sanitário, restos de materiais de construção e até lixo orgânico, favorecendo a proliferação de mosquitos, ratos, escorpiões, dentre outros insetos e animais peçonhentos.

E se o material cair no leito do córrego, o risco de inundações no período chuvoso é certo.

O local é ligação do Centro/Morrinhos com Cintra, o Grande Delfino e a BR-135, que dá acesso à Central de Abastecimento do Norte de Minas e a Belo Horizonte.

Na última terça-feira, o vereador Valdivino Antunes (MDB) denunciou o problema na Câmara. Pediu ao secretário de Serviços Urbanos, Vinícius Versiani, para não esperar o requerimento do Legislativo chegar à prefeitura para resolver a situação, em face à gravidade do cenário.

“É uma tremenda irresponsabilidade. Se chover, há o risco de inundar todas as casas das margens. A prefeitura precisa agir com urgência”, argumentou o parlamentar.

Carla de Souza Ferraz, de 38 anos, mora com mais quatro pessoas há quatro anos na avenida Córrego do Cintra. Ela conta que uma academia que funcionava nas proximidades foi obrigada a fechar as portas porque o lixo e o entulho ocupavam praticamente toda a fachada. Frisou ainda que os moradores convivem com o risco de animais peçonhentos entrarem nos imóveis.

“Mas fazer o quê? Não tem jeito. Quem joga o material aqui são pessoas mal encaradas e reclamar é procurar confusão e briga”, lamentou. Para ela, o problema só será minimizado se a Prefeitura de Montes Claros asfaltar as ruas que margeiam o córrego e impedir o descarte clandestino.
 
MAIS AÇÃO
Há mais de 20 anos José Rodrigues Ferraz vive às margens do córrego. “Não vou brigar porque não tenho mais idade para isso, mas os carroceiros chegam todos os dias e jogam lixo e entulho. Isso não é lugar disso não, meu irmão”, ressalta. “Por que eles querem asseio em frente à casa deles e na minha não pode?”, questiona.

José Rodrigues cobra mais ação da prefeitura, impedindo que as pessoas joguem o lixo no local e limpando a área constantemente, para evitar que a sujeira se acumule.
 
ENXUGAR GELO
O secretário de Serviços Urbanos, Vinícius Versiani, foi procurado pela reportagem. Mas, até o fechamento desta edição, não se manifestou sobre o assunto.

Em outras oportunidades, no entanto, afirmou que tratar a questão do descarte irregular na cidade “como enxugar gelo”. “A gente limpa, limpa e eles continuam jogando material de construção e lixo, razão pela qual a prefeitura é tão vítima quanto os moradores que sofrem com o problema”.

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