Setor de eventos sofre nova restrição em MOC

Município limita público de festas uma semana após flexibilização da atividade começar a valer

Márcia Vieira
O NORTE
12/06/2021 às 00:03.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:09
 (Silvana Mameluque/Divulgação)

(Silvana Mameluque/Divulgação)

A festa não durou muito para o setor de eventos em Montes Claros. Cerca de dez dias após a flexibilização das atividades, o município determina novas restrições. Decreto publicado na noite de quinta-feira impõe medidas duras para que o setor possa funcionar.

A justificativa da Prefeitura de Montes Claros é a de que a cidade entra agora na “Onda Vermelha” do plano Minas Consciente, do governo do Estado. Com isso, o público de eventos fica restrito ao limite de 30 pessoas. As medidas de segurança do decreto anterior, como distanciamento, quantidade de quatro pessoas por mesa, proibição de self-service e encerramento às 22h continuam valendo. 

O documento determina que os responsáveis pelas casas de festas e eventos deverão encaminhar e-mail disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde com a lista de identificação dos convidados, contendo CPF, telefone ou endereço eletrônico de cada um. Caso as medidas não sejam cumpridas, os responsáveis serão penalizados.

O endurecimento das medidas pode ainda estar relacionado às denúncias de festas que ocorreram na cidade, no último fim de semana, desrespeitando várias das regras impostas pelo decreto municipal, como O NORTE mostrou na edição de quarta-feira (9).

Um buffet da cidade sediou um evento promovido por uma profissional de saúde que descumpriu diversos pontos do decreto, como pista de dança e esquema de self-service. Por causa das denúncias, a Associação Mineira de Eventos (Amee) lamentou o episódio e disse que reforçaria, junto aos empresários, a necessidade de cumprir as regras para evitar a suspensão da atividade, liberada há pouco mais de uma semana.
 
PUNIÇÃO ESPECÍFICA
Para um prestador de serviço do setor, que pediu para que não fosse identificado, os maus trabalhadores devem ser responsabilizados, mas não toda a classe. “Eu lamento muito que depois de tanto tempo sem trabalhar haja esse retrocesso. As pessoas que pregam segurança da boca para fora, mas não a cumprem, colocam em risco toda uma categoria”.

A empresária Núbia Veloso, proprietária de um salão de eventos, ressalta que é preciso diferenciar os trabalhadores corretos daqueles que descumprem as medidas de segurança. Ela sugere a criação de um cadastro municipal de “evento seguro”.

“O responsável pelo evento se comprometeria com o município a comunicar sobre a realização e tomar todas as medidas de segurança. O local ou profissional que descumprir as regras seria automaticamente retirado do cadastro de profissionais indicados. No meu contrato eu já coloco que se o convidado não estiver adequado às propostas, ele é convidado a se retirar do evento. Os que trabalham certo não podem ser prejudicados por outros”, diz.

“Estamos eu reunião com advogados para alinhar o que será feito. Vamos entrar com uma ação. É desumano conosco. Compramos material para trabalhar. Estava tudo pronto. Estamos sendo muito afetados”, lamenta Núbia.

Sem festa junina
A prefeitura também proibiu a realização de Festas Juninas em residências e vias públicas até 25 de junho para evitar aglomerações. A medida repercutiu nas redes sociais e dividiu opiniões.

“Se eu quiser fazer meu aniversário em casa de festa para 30 pessoas, pode. Mas em minha casa não pode?“, questiona I.D. Outra internauta diz que “os decretos estão passando dos limites”. 

Já D.A. acredita que o município está certo em proibir e que, caso isso não aconteça, “é pagar para ver. É festa que o povo quer? Então deixa. Na hora que estiverem morrendo na porta de hospital por falta de leitos aí a culpa é do município”.

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