(MANOEL FREITAS)
Um mês após a Copasa anunciar o fim do rodízio do abastecimento em Montes Claros, moradores voltaram a conviver com a falta de água. No último fim de semana, em pleno feriado prolongado e com os termômetros batendo os 39 graus, várias caixas d’água ficaram vazias.
O problema atingiu pelo menos quatro bairros, entre sexta-feira e domingo. E teria sido causado pelo rompimento de uma adutora do novo sistema do rio Pacuí. Segundo a Copasa, a rede não teria suportado a pressão da água e se rompeu. A adutora jorrou água por duas horas. O desperdício foi, em média, de 576 mil litros. Água perdida que depois faltou nas casas da população.
A situação foi flagrada por moradores e compartilhada nas redes sociais. A adutora que rompeu faz parte do sistema inaugurado há um mês e que custou R$ 88 milhões.
Moradores dos bairros Edgar Pereira, São José, Jardim Palmeiras e Delfino ficaram dois dias sem água. Quem tinha caixa d’água grande conseguiu manter o abastecimento de maneira racionada. Mas aqueles que esperaram o fornecimento pela Copasa ficaram desabastecidos.
Situação agravada pelo forte calor. Segundo o meteorologista Renan Lauton, o último domingo foi o dia mais quente desse ano em Montes Claros, com a temperatura atingindo os 39 graus.
Em nota, a Copasa informou que o desabastecimento verificado em alguns bairros de Montes Claros ocorreu devido à atividade de manutenção para a correção do vazamento, o que tornou necessário, por algumas horas, o fechamento de registros da rede de distribuição.
A Companhia esclarece ainda que, com o fim do rodízio, o número de vazamentos aumentaram em todas as regiões da cidade, o que pode ocasionalmente afetar diversos clientes em razão do fechamento de registros para correção dos problemas.
REGIÃO DO VILAGE
Apesar de a empresa ter dado garantias de abastecimento com o novo sistema, moradores da região do Grande Vilage, que engloba os bairros Minas Gerais e Monte Sião, ainda convivem com o problema.
O vereador Ailton do Vilage (PHS) reivindicou uma solução. Segundo o parlamentar, a gerente da Copasa, Mônica Ladeia, explicou que os canos não estão suportando a pressão da água que vem do Pacuí e acabam estourando.
“É preciso trocar toda tubulação, pois a que está lá é antiga. Precisamos de tubulação de ferro que suporte os caminhões pesados que passam por aquela região”, disse o vereador.
“Na minha casa sempre falta água. E quando ela volta vem só barro, tive que jogar mais de mil litros fora. Ainda tentamos usar para lavar o quintal”, diz o pedreiro Ronaldo Reis.