Sem preparo para a chuva

Volume maior de precipitação expõe fragilidades e falta de estrutura de MOC

Manoel Freitas
04/12/2019 às 07:06.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:55
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

A ocorrência de chuvas em Montes Claros traz alívio para os moradores pela perspectiva de amenizar a escassez hídrica, já que a cidade voltou a viver o racionamento desde 17 de novembro. No entanto, os temporais têm escancarado a falta de estrutura do município para drenar a água pluvial.

Somente em novembro, três tempestades assustaram os moradores e causaram enormes prejuízos: asfaltos recém-implantados foram danificados na área central e em bairros periféricos, casas foram inundadas, a rodoviária está repleta de infiltrações e as obras de recuperação e adequação do canal do Córrego do Bicano, na avenida Vicente Guimarães, orçadas em R$ 20 milhões, foram literalmente por água abaixo. 

Em 24 de novembro, o pluviômetro do 5º Distrito de Meteorologia de Montes Claros registrou 39 milímetros (mm) de chuva – mais que o dobro dos 17,6mm aferidos no dia 17, quando foi registrada chuva intensa durante a madrugada que deixou rastro de estragos espalhados pela cidade.

No bairro Monte Carmelo, por exemplo, sem nenhum bueiro ou boca de lobo, a tempestade não encontrou barreiras para arruinar o piso da rua Magnesita, deixando muito claro também que o material asfáltico, devido à ausência de infraestrutura urbana, não suporta o volume de água.

E se a situação estava complicada com as chuvas que caíram em novembro, o quadro se agravou ainda mais nos últimos três dias – sábado a segunda-feira.
 
VOLUME HISTÓRICO
No sábado, o 5º Distrito de Meteorologia registrou 23,2mm; 15,6 no domingo e 44,5 na segunda, ou seja, 83,3 mm de precipitações – praticamente o volume histórico para todo o mês de dezembro. Os dados da Estação Climatológica indicam que em novembro choveu 125,9mm, mais que o dobro de outubro (61) e o triplo de setembro (41,6mm).

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Montes Claros não respondeu a nenhum dos questionamentos sobre os problemas apontados até o fechamento desta edição.

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“Depois da execução (da obra), a água da Vicente Guimarães sairá em maior volume, deixando de ser retida. Ou seja, o novo canal, paralelo e subterrâneo, terá uma capacidade 2,5 vezes maior que o atual, somando as vazões. O novo canal da Vicente Guimarães foi testado mesmo sem estar 10% concluído, e sem transbordar, indicando que os cálculos para funcionar com um tanque de detenção emergencial funcionou, afinal, foram 30mm em uma hora de chuva, pois tem capacidade para suportar uma chuva na bacia com tempo de recorrência de 100 anos, ou seja, muito superior aos demais canais” Guilherme GuimarãesSecretário de Infraestrutura e Planejamento Urbano de Montes Claros, em conversa em grupo de WhatsApp do Meio Ambiente, do qual participam vários integrantes do primeiro escalão do atual governo

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