Risco de dengue é quatro vezes maior em MOC

LirAa aponta para índice de infestação de 4,2%, o que exige atenção

Da Redação
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04/11/2021 às 00:43.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:11
 (MAURICIO VIEIRA/JORNAL HOJE EM DIA)

(MAURICIO VIEIRA/JORNAL HOJE EM DIA)

O período chuvoso começou de forma intensa em Montes Claros, com tempestades provocando vários estragos no município. Mas outra preocupação nessa época das águas é com a dengue. Após um longo período de estiagem, as chuvas chegam e fazem eclodir os ovos de larvas do Aedes aegypti que estavam “adormecidas” em recipientes, principalmente nos quintais das casas e lotes vagos.

O novo Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LirAa) de Montes Claros mostra que não dá para baixar a guarda, apesar da queda acentuada na incidência de larvas do mosquito em relação à pesquisa anterior.

Realizado pela Prefeitura de Montes Claros entre os dias 18 e 22 de outubro, o terceiro LirAa do ano ficou em 4,2% – índice quatro vezes superior ao considerado aceitável pelo Ministério da Saúde, que é de 1%. Mas é quase um terço do registrado em março deste ano (11,4%).

O levantamento indica que, de cada mil casas pesquisadas pelos agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), 42 apresentaram criadouros do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Segundo a assessoria de comunicação do município, o resultado foi muito melhor do que o apurado no início do ano, mas, ainda assim, é uma situação que exige cuidados. Isso porque o Ministério da Saúde aponta que qualquer índice superior a 3,9% é considerado de alto risco de disseminação de doenças.
 
PONTOS DE INFESTAÇÃO
Mais uma vez, a pesquisa mostra que o perigo está dentro de casa e que o combate precisa ser feito com ampla participação da comunidade. Mais de 97% dos focos foram encontrados nas residências.

O maior número de focos (41,3%) foi encontrado em vasos de plantas aquáticas, frascos com água, pratos de suporte para plantas, recipientes de degelo de geladeiras, bebedouros de animais, reservatórios de climatizadores, objetos religiosos e pequenas fontes ornamentais. Pontos em que a vigilância dos moradores é crucial.

Em segundo lugar, com 33,9% dos focos, estão os chamados depósitos ao nível do solo, como barris, tinas, tonéis, tambores, depósitos de barro, tanques, poços, cisternas e cacimbas.

Os depósitos fixos, como tanques de alvenaria, depósitos em obras, piscinas, sanitários em desuso, caixas de passagem, ralos, canaletas e peças arquitetônicas foram 14,7% do total de focos encontrados.
 
SURTO
O cenário atual no Estado acena para um novo surto da dengue em 2022. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia e professor do Departamento de Microbiologia da UFMG, Flávio Guimarães da Fonseca, os ciclos epidêmicos da doença acontecem, em média, a cada três anos e, nos últimos dois, os registros foram menores.

“Não dá para cravar que isso vai acontecer, mas a gente já está dentro desse período de padrão de alteração de surtos. Então, isso faz com que a gente tenha que ter uma atenção redobrada esse ano e, se não acontecer, no ano seguinte, porque certamente a gente já está próximo de um novo ciclo”, avalia. 

O virologista explica o motivo do fenômeno. “A cada vez que a gente tem um surto mais importante da doença, muitas pessoas se infectam e ficam imunologicamente resistentes a uma nova infecção. Com isso, no ano seguinte, menos pessoas são susceptíveis a contaminação. Depois disso pode haver uma alteração no sorotipo que causou um número maior de infecções, chamado de substituição. Isso acontece muito com a dengue e é por isso que a gente tem esses ciclos epidêmicos que variam de surto para surto”.
 

Cuidados para barrar o mosquito da dengue

- Providenciar limpeza periódica (uma vez por semana) e vedação dos tambores, tanques e qualquer outro tipo de reservatório a nível do solo, além de usar toda a água reservada em um período menor que o ciclo de reprodução (7 a 10 dias) do mosquito;

- Limpar periodicamente os ralos e caixas de passagens, bem como providenciar nivelamento correto e usar telas quando necessário;

- Destinar o lixo para coleta pública;

- Escoar a água dos pratos de planta;

- Limpar e drenar calhas e lajes, principalmente em períodos que antecedem e durante as chuvas, se possível ajustando o nivelamento para proporcionar uma queda de água apropriada;

- Tratamento adequado em piscinas, mesmo que não estejam em uso;

- Limpar periodicamente lotes vagos, quintais de residências e dependências dos imóveis comerciais, indústrias e outros.

A população também pode colaborar denunciando focos do mosquito, através do telefone (38) 2211-4400 ou do 0800-283 3330 (Disque Dengue).

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