Restrições são ampliadas: decreto proíbe circulação das 20h às 5h e a venda de bebida alcoólica

Márcia Vieira
O NORTE
04/03/2021 às 00:23.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:19
 (Márcia Vieira)

(Márcia Vieira)

A restrição mais pesada anunciada ontem pelo governo de Minas, com a criação da Onda Roxa para tentar barrar o avanço do novo coronavírus no Estado, já foi adotada por Montes Claros, com algumas pequenas diferenças. O município, que vive um toque de recolher desde a quinta-feira da semana passada, determinou ainda mais limitações em decreto publicado ontem, inclusive proibindo a venda de bebida alcoólica em qualquer estabelecimento comercial.

O documento estende até 22 de março o toque de recolher e amplia o horário para restrição da circulação na cidade: passa de 22h30 às 5h para 20h às 5h – mesmo horário estipulado pelo governo mineiro. O Decreto nº 4181 impõe ainda mais limites aos bares e restaurantes, que só poderão funcionar entre as 6h e as 18h, de segunda a sexta-feira. Aos sábados e domingos ficam proibidos de abrir. Já os supermercados terão que encerrar as atividades até as 19h30. 

Estão excluídos da medida os profissionais que trabalham em horários diferenciados em serviços essenciais. Estes deverão se deslocar portando um documento elaborado pela prefeitura e assinado pelo empregador informando a necessidade do empregado em circular fora do horário liberado.
 
PREJUÍZO
A iniciativa de “fechar” a cidade mais cedo divide opiniões e desagrada, principalmente, os donos de bares e restaurantes. O representante da Abrasel na região, Rodrigo de Paula, diz que, em reunião com vereadores, fez uma lista de reivindicações para minimizar o impacto negativo do desemprego no setor de bares e restaurantes. 

“Várias delas não foram atendidas, entretanto conseguimos salvar ao menos uma pequena porcentagem destes trabalhadores com a liberação do delivery, que é uma válvula de escape, muito distante do que é necessário, mas ao menos conseguimos que o delivery fosse entendido como atividade essencial e sem restrições de horário, o que também contribuiu para a alimentação fora do lar”, pontua. 

Por outro lado, ele reflete que há uma inversão da situação e que o lockdown tem como objetivo dar tempo aos governantes para prepararem a rede de assistência à saúde e que a Prefeitura de Montes Claros, em um ano de pandemia, não fez o dever de casa.

MAIS FISCALIZAÇÃO
O webdesigner Márcio Bastos acredita que não basta ter redução de horário, mas uma fiscalização mais incisiva. “Achei legal o decreto, porque tem que frear os casos de corona que estão avançando, porém, tem que ter mais controle durante o dia também”, diz.

Vindo da Bélgica há três meses e meio, Márcio pontua que as pessoas aqui não estão respeitando as regras. “Fazem festas clandestinas, não usam máscara. Me assustei um pouco com o comportamento das pessoas na rua. Acho que a questão deveria ser levada mais a sério”.

A mudança de horário de funcionamento dos supermercados levou Alexsandra Veloso Carvalho mais cedo para as compras. Ela entende que a medida é necessária para conter o avanço da Covid-19. “Eu acho que o decreto é bem-vindo porque o mais importante é salvar vidas. Sei que vai ser difícil para muita gente que trabalha, mas temos que olhar quem está mais vulnerável e tentar prevenir para que a doença não aumente cada vez mais”.

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