Reservatórios da Cemig minimizaram inundações em 2005

Jornal O Norte
03/01/2006 às 10:14.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:27

O escritório da Cemig - Companhia energética de Minas Gerais, em Montes Claros, informou que opera seus reservatórios, em época de chuvas, com uma atenção a mais: contribuindo, sempre que possível, para minimizar inundações em cidades que se encontram abaixo das usinas da empresa. O controle dos níveis dos reservatórios é feito pela gerência de Planejamento Hidroenergético que utiliza modernos recursos tecnológicos de monitoramento das bacias hidrográficas.

Na segunda quinzena de dezembro último, por exemplo, a Cemig detectou que o reservatório de Três Marias estava recebendo um volume de água de cinco mil metros cúbicos por segundo. Naquele momento a usina liberou apenas 750 metros cúbicos por segundo de água, ou seja, foram retidos 85% da água que chegava ao reservatório, minimizando os efeitos da enchente no município de Pirapora.

O engenheiro de planejamento hidroenergético da Cemig, Marcelo de Deus Melo explica que as medidas adotadas em Três Marias são comuns em época de chuvas.

- As barragens não têm condições de controlar plenamente todas as cheias. Elas influenciam o comportamento das águas dos rios, ao permitir o controle da vazão até certo limite. Nós reduzimos a vazão em épocas de cheias e aumentamos em períodos de estiagem, podendo diminuir os problemas com as enchentes.

CONTROLE

O controle dos reservatórios é feito com a utilização de estações de monitoramento ao longo do rio. No Rio São Francisco, a Cemig faz várias medições do volume de água em pontos distribuídos antes e depois do reservatório. Ao abrir as comportas da usina de Três Marias, a empresa identificou o volume de água que o rio comporta. Mas o afluente Abaeté, localizado após a barragem, subiu rapidamente, com as chuvas que ocorrerem entre a barragem e a cidade.

Segundo Marcelo de Deus, além do reservatório de Três Marias, outros como o da usina de Queimado, no noroeste de Minas; Camargos, no sul do estado; e Cajuru, na região Oeste, contribuíram para minimizar as enchentes através do controle operativo dos reservatórios.

Os reservatórios não têm capacidade para conter toda a água de chuva em período de cheias. Todo ano, antes do período chuvoso, a Cemig esvazia parcialmente seus reservatórios com o objetivo de amenizar os efeitos das possíveis enchentes. Essa medida garante o controle de algumas cheias, dependendo da quantidade de água e do tempo de duração da cheia. O espaço vazio é preenchido com a água que está chegando e que não é liberada para proteger quem está rio abaixo.

- A Cemig, em alguns casos, paralisa algumas turbinas, deixando de gerar energia, para proteger as populações ribeirinhas. Mas a operação da usina precisa garantir a segurança física da barragem e com o reservatório completamente cheio, toda a água que chega precisa sair. Nesses casos, é importante salientar que a água está saindo do reservatório na mesma proporção em que está chegando, ou seja, a Cemig não libera um volume de água maior do que aquele que está chegando em seu reservatório. Com isso, podem ocorrer inundações em pontos abaixo da usina. São inundações que ocorreriam naturalmente e até com maior intensidade e por mais tempo se não existisse a barragem - informa o engenheiro de planejamento hidroenergético.

A cheia é um fenômeno natural dos regimes dos rios. Não existe rio sem cheia e ela não é sinônimo de catástrofe.

- Todo rio tem a sua área natural de inundação que passa a ser um problema quando não se respeita o caminho natural das águas das cheias, construindo junto às margens dos rios - explica.

A construção de casas, as ruas asfaltadas, a retirada da vegetação nas proximidades das margens dos rios provoca a impermeabilização do solo e a água que seria absorvida pelo solo volta imediatamente para o rio aumentando os riscos de enchente. Além disso, lixo e entulho despejados no rio provocam o assoreamento, tornando o rio mais raso e o transbordamento acontece mais rápido e com maior volume de água.

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