Queridinhos da ceia de Natal driblam inflação

Buffets e banqueteiras de Montes Claros receberam mais pedidos com carnes típicas, como peru, lombo e Chester, que tiveram aumento menor

Larissa Durães
O NORTE
23/12/2021 às 00:49.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:36
 (Nicole Michalou/Pexels)

(Nicole Michalou/Pexels)

Os preços não estão nada convidativos, mas as famílias não querem abrir mão de um Natal recheado de gostosuras e muito amor para compensar a confraternização que não aconteceu em 2020. Por isso, os buffets e banqueteiras de Montes Claros estão a todo vapor preparando as ceias e os almoços do dia 25 para vários clientes.

A procura tem sido grande, principalmente pelos pratos tradicionais, já que o preço do peru (9%), do Chester (8,5%), do pernil (6,5%) e do lombo (9%) subiu menos que o da carne bovina, como o filé mignon (38,5%), segundo pesquisa feita pelo Departamento de Economia da Unimontes.

“Já estamos tendo muita procura e esse número só aumenta quando a data se aproxima”, afirma Ziza Ribas, gerente financeira de um buffet. Ela admite que o aumento nos valores dos produtos foi considerável neste ano. “Não tenho como dizer a porcentagem, mas a carne e o salmão bateram recorde este ano”, cita.

Ziza diz que o buffet tem segurado o repasse das altas para os clientes, variando e renovando os pratos para equilibrar os valores. Mas os carros-chefes continuam sendo os assados, além das sobremesas.

Já para a cozinheira Vanda do Socorro Dantas o impacto dos produtos mais caros foi grande no volume de encomendas. “Acho que as pessoas estão com menos dinheiro este ano”. Ela compara: “ano passado comprei um pernil por R$ 16 o quilo, esse ano paguei R$ 25. Então, dá para entender a queda nos pedidos”.

O prato do assado feito por Vanda, que no ano passado ela vendeu por R$ 100, neste ano não pôde ficar por menos do que R$ 150. “Os pedidos ficaram restritos à farofa, pernil e salpicão”.
 
PRATICIDADE  
Para a empresária Juliana Andrade, a praticidade nas encomendas camufla o preço maior. “Se você avaliar o custo e benefício, vale a pena! Além do fato de que iremos dividir entre a gente (os irmãos), aí fica barato”, avalia.

Para ela, ter que sair para comprar os produtos, enfrentar filas e ter que preparar tudo depois é muito trabalhoso. “Leva muito tempo ter que fazer tudo isso. Aí, chega a noite estamos cansados, nem dá para aproveitar bem a festividade. Os buffets ficam sobrecarregados, então, fiz os pedidos com antecedência, além de contar com os produtos que escolhi, consegui um preço bom”, acrescenta.

TRADICIONAL
Com o quilo do filé mignon nas alturas, os clientes não quiseram inventar muita moda e optaram pelo cardápio tradicional de Natal, com peru, Chester ou lombo.  

“O filé está assustadoramente mais caro, comparando o ano passado para este, subiu mais de 100% em alguns fornecedores”, conta Marilúcia Neves Pimenta, proprietária de um buffet na cidade. Ela explica que em 2020 pagou cerca de R$ 50 por um quilo da carne nobre. Neste ano, comprou por R$ 110.

“A carne, em geral, e o frango tiveram aumento, mas não como o filé. Então, dá para substituir”, explica Marilúcia, confirmando que não dá para trabalhar sem repassar os reajustes para os clientes. “O que mais está saindo é o tradicional e é o que está nos salvando”, afirma.

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