Proibição de fogos de artifício volta a ser tema de projeto em MOC

Vereadora Ceci Protetora faz abaixo-assinado para conseguir que lei seja aprovada em MOC

Larissa Durães
O NORTE
23/12/2021 às 00:45.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:36
 (GABRIEL MONTEIRO/SECOM)

(GABRIEL MONTEIRO/SECOM)

Dois anos após o prefeito Humberto Souto vetar projeto que proibia o uso de fogos de artifício com estampido em Montes Claros, o assunto volta à tona. Um abaixo-assinado, que já possui 4 mil adesões, está sendo realizado para que novo projeto seja aceito pelo Legislativo e pelo Executivo municipais.

Nesta semana, uma audiência pública foi realizada na Câmara de Vereadores para discutir sobre a proibição dos fogos de artifícios na cidade.

“Todos os participantes, desde autoridades à sociedade civil, se pronunciaram a favor da proibição dos fogos, diferentemente da outra vez, em que existia uma minoria contra”, afirma a vereadora Cecília Meireles (PP), conhecida como Ceci Protetora, por atuar na causa de proteção aos animais.

Autora do abaixo-assinado, a vereadora ressalta que é muito importante que estes artefatos sejam proibidos, para acabar de uma vez por todas com o incômodo que causam em pessoas sensíveis, como crianças e idosos, autistas e animais.

“Crianças e adultos com hipersensibilidade aos sons, indivíduos com condições do espectro autista, pessoas hospitalizadas e idosos também sofrem com os barulhos exacerbados dos estouros de fogos e rojões”, explica Ceci.

“Quem possui animais em casa é testemunha do terror que os fogos de estampidos e similares representam para eles. Pode levar até à morte, além de afetar padrões migratórios e reprodutivos dos animais silvestres”, esclarece.

O projeto vetado pelo prefeito em 2019 era de autoria do vereador Fábio Neves. Na época, se questionou o impacto econômico que a proibição poderia provocar na indústria e comércio de fogos de artifício.
 
TERROR
O que pode ser festa e sinal de alegria para uns, para outros é um verdadeiro horror. É o caso de José Hugo Bandeira, de 16 anos. Filho da psicopedagoga Laura Bandeira, ele é portador de autismo.

“Quando ele era criança, não tinha como impedir e amenizar o sofrimento dele, só ficar com ele no colo e tentando abafar os barulhos. Ele sempre se assustava”, lembra Laura. O incômodo é maior quanto mais alto o grau de autismo.

“Eles podem ficar até agressivos devido ao medo”, conta a mãe de Hugo, que diz ainda que muitos pais preferem sair da cidade em períodos de comemorações marcados pela soltura dos artefatos. “Conheço famílias que vão para uma roça para fugir dos barulhos causados pelos fogos”, diz.

A proibição do uso de fogos de artifício de estampido já foi aprovada em muitos municípios, e já existe projeto de lei federal em trâmite na Câmara dos Deputados (PL n.º 6.881/17). “Esperamos que isso aconteça aqui também”, diz Ceci. A Prefeitura de Montes Claros não quis se manifestar sobre o assunto.

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